Neste sábado, 3 de fevereiro, comemora-se o Dia da Navegação no Rio São Francisco, uma data que remete à inauguração pioneira da primeira embarcação a vapor a navegar pelas águas do Velho Chico. Batizada como ‘Saldanha Marinho’, esse navio desafiou correntezas e tornou-se um símbolo marcante da engenharia, abrindo caminho para o desenvolvimento regional.

A relação intrínseca entre a engenharia e a emblemática embarcação é evidente. O engenheiro Carlos Hermínio de Aguiar Oliveira ressalta a importância dessa interligação. “A engenharia e a navegação no Rio São Francisco são temas extremamente ligados. A partir do momento que o Saldanha Marinho é implantado, todo o conhecimento da engenharia naval e mecânica é aplicado, proporcionando um novo tratamento e uma nova velocidade no transporte de pessoas e mercadorias. A engenharia está presente em diversos fatores nesse processo”, destaca o engenheiro.

Assoreamento

Carlos Hermínio explica que, atualmente, diversos fatores, como o assoreamento do rio São Francisco e a presença de bancos de areia, representam desafios significativos à navegação na região. O assoreamento se refere ao acúmulo gradual de sedimentos no leito do rio, reduzindo a profundidade da água e dificultando a passagem de embarcações de maior porte.

 

 

 

Recuperar a navegabilidade

De acordo com o engenheiro Carlos Hermínio, uma das formas de recuperar a navegabilidade na região seria programar cheias artificiais no rio São Francisco, que consiste na gestão controlada do volume de água, por meio da liberação planejada de represamentos. “Esse processo visa simular condições naturais de cheia, contribuindo para aumentar a profundidade do rio e facilitar a navegação. Contudo, essa medida deve ser cuidadosamente planejada para evitar impactos ambientais negativos e considerar as necessidades das comunidades ribeirinhas”, explica o engenheiro.

Outras soluções, segundo o engenheiro, seriam a realização de operações de dragagem, ou seja, consiste na remoção de sedimentos e detritos do leito do rio, aumentando a profundidade e facilitando o tráfego de embarcações, e a construção de eclusas, em determinados trechos do rio, o que permitiria a transposição de desníveis, superando obstáculos naturais e garantindo a navegabilidade em diferentes níveis altimétricos.