Preocupados com o descarte inadequado de toneladas de etilvinil-acetato (EVA) recortado, sobras do revestimento dos cases, os donos de uma fábrica de estojos de instrumentos musicais, resolveram reciclar o material. O resultado? Um tijolo feito de borracha. Chegar a essa solução, no entanto, não foi fácil. Paulo Peceniski e sua esposa, Andrea, donos da Solid Sound, seguiram a ideia de um amigo do setor cimenteiro e com investimento estudos conduzidos pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), elaboraram a fórmula dos blocos – uma mistura de EVA triturado, cimento, água e areia.
Por meio de análises de segurança, descobriram que o material era resistente e isolava ruídos – a borracha na composição absorve 37 dB, contra 20 dB do tijolo baiano comum. O processo experimental durou cinco meses, no qual foram montadas 9 mil unidades de tijolo, utilizadas para a construção da própria casa, há dois anos. Já as 3 mil lajotas também oriundas do processo, foram utilizadas entre a laje e a cobertura. A residência de 550 m² fica em Curitiba.
Outros tipos de tijolos ecológicos já estão no mercado
Além do tijolo de borracha, outros tipos sustentáveis vêm chamando a atenção na construção civil. Feito de argila, o tijolo ecológico, por exemplo, tem uma fabricação menos impactante. Ele é curado (processo de secagem da mistura) apenas com água e sombra, enquanto os modelos tradicionais utilizam a queima de lenhas – procedimento que depende do desmatamento de árvores e que emite gases poluentes na atmosfera. O modelo ainda conta com outro benefício: na etapa de acabamento, não há necessidade de reboque ou pintura, já que o próprio design do produto já deixa o espaço com aspecto bonito.
Ainda nesse contexto, uma arquiteta criou o bioMason, uma tecnologia que fabrica tijolos utilizando micro-organismos para uso na construção. Visto como uma alternativa mais segura, limpa e eficaz, esses tijolos utilizam três componentes em sua fabricação: agregados, biológicos e matérias-primas de nutrientes e minerais.
O primeiro consiste em partículas que variam de areia, massa reciclada, duna de areia e até pó de carvão. Os biológicos são bactérias naturais responsáveis por induzir a formação de cimento. Já o último, pode ser extraído de resíduos industriais. O processo de cimentação é realizado em temperaturas ambientes, e o tijolo endurecido demora menos de cinco dias para se formar.
Fonte: Pensamento Verde
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