Após 13 anos lutando para legalizar os viveiros de camarão marinho em Sergipe, finalmente os pequenos carcinicultores estão tendo a atividade regularizada pela Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema). Segundo Alexandro Monteiro, presidente da Associação dos Criadores de Camarão, existe cerca de 600 viveiros em Sergipe, dos quais 15 já foram regularizados e outros estão com os processos em andamento: “Acredito que mais de 50% deles vão conseguir a legalização”, afirma Alexandre. A Adema só regularizará os viveiros existentes desde 2008 e que estejam em áreas de apicum salgado e das antigas salinas.
Chamado de camarão cinza, o crustáceo produzido nos viveiros de Sergipe gera renda para cerca de 600 famílias, responsáveis pela produção mensal de 200 toneladas. Os principais municípios produtores são Socorro, São Cristóvão, Brejo Grande, Pacatuba, Estância, Santa Luzia do Itanhy, Indiaroba, Santo Amaro, Barra dos Coqueiros, Aracaju, Laranjeiras, Itaporanga. “90% do camarão vendido nos mercados centrais da capital e nas feiras livres da Grande Aracaju são produzidos nos viveiros, que empregam diretamente entre 2 mil a 3 mil pessoas”, afirma Alexandro. Ele acredita que a atividade gera no Estado algo em torno de 6 mil postos de trabalho indireto.
Defensor da legalização dos viveiros, o deputado estadual João Daniel (PT) foi importante na sensibilização do Governo para legalizar a atividade. “Não podíamos ficar calados quando fiscais do Ibama e da Adema cumpriam ordens judiciais para demolir os viveiros de camarões, única atividade profissional de milhares de pessoas”, explica. Segundo o parlamentar, com a regularização da maioria dos viveiros as famílias vão conseguir financiamentos para produzir mais e viver dignamente do próprio trabalho. O carcinicultor Alexandro revela que, além da atuação de João Daniel, o superintendente da Adema, Vanderlê Correia, tem dado importante contribuição para regularizar os viveiros.
Originário do Pacífico oriental, o camarão cinza se espalhou pelo mundo. Foi levado para o Rio Grande do Norte em 1981 e hoje está em todo o litoral brasileiro, mas se concentra principalmente no Nordeste. É um crustáceo pequeno, ideal para ser criado em cativeiro. Os produtores sergipanos adquirem as larvas no Rio Grande do Norte. O tamanho do camarão é de, em média, 6 cm e 4g. A espécie tem patas brancas e é exótica, porém, se adaptou muito bem às águas brasileiras. Segundo Alexandro Monteiro, o quilo do camarão no viveiro está por R$ 15,00.
Fonte: Jornal da Cidade
Assessoria de Comunicação do Crea-SE
Luciana Braga – Assessora de Comunicação
Jéssika Cruz – Estagiária
Contatos: ascom@crea-se.org.br | (79) 3234-3000 | 3234-3012