Por indicação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE), o engenheiro agrônomo Emmanuel Franco será uma das personalidades homenageadas no “Livro do Mérito” – onde são inscritos os nomes dos profissionais falecidos que prestaram relevantes serviços à sociedade-. A homenagem vai ocorrer durante a72ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea) que acontece no período de 15 a 18 deste mês em Fortaleza.
O filho do homenageado, o também engenheiro agrônomo, Emmanuel Franco Filho, é quem vai representar o pai e receber a honraria. “Estou muito feliz com esta iniciativa do Crea-SE. Saber que toda a dedicação e trabalho de meu pai são merecidamente reconhecidos me emociona bastante”, disse Emmanuel Franco Filho. Ele afirma que o pai foi uma das primeiras pessoas no Brasil a escrever sobre ecologia, climatologia, a mapear todo o ciclo da chuva no Nordeste. “E isso antes de existir satélite!”, o filho ressalta.
Sergipano de Laranjeiras, Emmanuel foi pesquisador, professor e defensor sanitário. O posto de defesa sanitária de São Luís foi fundado por ele. “Naquela época, nem formicida se usava, isso em 1940, 1950… Ele introduziu o uso de formicida no interior do Maranhão, levou os primeiros insumos e fertilizantes…”, conta orgulhoso Emmanuel Filho. “Em Sergipe, ele introduziu fertilização e controle biológico para lagarta na lavoura de cana de açúcar”, completa. Também foi Emmanuel um dos pioneiros a usar cebola na fabricação de cerveja. “Já tomei cerveja produzida por ele!”, lembra.
Internacionalmente, Emmanuel Franco é reconhecido por sua pesquisa cujo resultado erradicou uma doença – nematoide – dos coqueiros. “Não fosse isso, o Nordeste não teria coqueiro! A doença estava muito avançada e o que ele fez foi injetar arsenito de sódio no tronco”, explica Emmanuel Filho, ao ressaltar que essa pesquisa foi realizada enquanto o pai trabalhava no Ministério da Agricultura. Outro trabalho que lhe rendeu prêmio internacional foram seus estudos – com resultados práticos – sobre controle de bactérias em bananeiras no Nordeste.
Filho de senhor de engenho e pai de quatro filhos, em seu tempo livre, Emmanuel Franco escrevia sobre gramática e as origens do Português. Antes de completar 60 anos, entrou para a Academia Sergipana de Letras. “Um homem na pele dos 80, com uma mente de no máximo 30 anos de idade. Ativo, participante, lançando ideias, propondo novos caminhos para a Academia”, escreve uma de suas ex-alunas, Tânia Meneses.
Reconhecimento
O presidente do Crea-SE, engenheiro agrônomo Arício Resende ressalta a importância de Emmanuel Franco para a pesquisa e o desenvolvimento da engenharia agrônoma. “É uma homenagem justa e merecedora pelos relevantes serviços prestados a sociedade. O Crea-SE se sente honrado pela indicação do nome do engenheiro que será um dos 24 homenageados na SOEA, evento que anualmente reúne , engenheiros, agrônomos, meteorologistas, geólogos, geógrafos, técnicos e tecnólogos, dos quatro cantos do país para debater temas diretamente ligados ao desenvolvimento e à infraestrutura brasileira”, ressalta Arício Resende.