A discussão em torno da saída dos técnicos do Sistema Confea/Crea norteou as discussões do Fórum de Presidentes dos Creas Nordeste realizado sexta-feira (13), em Salvador. O evento teve o objetivo de encaminhar propostas para a reunião do Colégio de Presidentes, que ocorrerá na próxima semana em Maceió (AL).
A perda de 10% a 15% da receita com a saída dos técnicos é a nova realidade encarada pelos gestores que foram unânimes em afirmar que o momento agora é de trabalhar com planejamento, normativos e atos que protejam os profissionais que são acolhidos pelo Sistema Confea/Crea. “Hoje a perda pode ser de 10%, mas não sabemos o que isso representará no futuro. Tudo vai depender das nossas ações agora. É preciso nos prepararmos e sermos acima de tudo coesos”, destacou a presidente do Crea-RN, engenheira civil Ana Adalgisa Dias Paulino.
O comportamento do Conselho Federal, em relação a saída dos técnicos do Sistema, foi destacado pelo presidente do Crea-PI, engenheiro agrônomo Raimundo Ulisses Oliveira Filho. “É estranha essa passividade do Confea em uma situação como essas. É necessário ter agilidade para que não tenhamos mais prejuízos”. O presidente do Crea-CE, engenheiro civil Emanuel Mota, explicou as medidas que o Ceará tomou para enfrentar o momento. “Estamos tendo um bom relacionamento com as lideranças dos técnicos e solicitamos relatórios de todos os setores para ver o que cada um pode fazer para economizar. Estamos ainda investindo em geração de energia, por exemplo, para poder gerar uma economia mensal de R$ 20 mil”, comenta.
O presidente do Crea-SE, engenheiro agrônomo Arício Resende Silva, afirmou que os gestores não podem se preocupar apenas com a percentagem de perdas, mas trabalhar com outros indicadores. “No meu estado, percebi por exemplo, um impacto em torno da suspensão dos títulos de engenheiros civis”, acrescenta.
TCU – As exigências em torno do que é cobrado pelo Tribunal de Contas da União foi destacado pelo presidente do Crea-BA. Na ocasião, ele partilhou a experiência que a Bahia teve com o TCU e aproveitou a oportunidade para lembrar a importância do Livro de Ordem para combater o acobertamento profissional. “A hora agora é de elaborar resolução mais clara em relação as obras e serviços às quais efetivamente se aplicará o Livro de Ordem”.
Anatel – A Resolução 680/2017 da Anatel, que aprova o regulamento sobre equipamentos de radiocomuicação de radiação restrita e altera o regulamento dos serviços de telecomunicações, o regulamento de gestão da qualidade do serviço de comunicação multimídia, o regulamento do serviço de comunicação multimídia e o regulamento do serviço limitado privado. A matéria, apresentada pelo presidente do Crea-SE, Arício Resende Silva, dispensa registro de empresas com até 5 mil acessos. Como encaminhamento, o fórum se posicionou a favor do registro do responsável técnico pelos empreendimentos, independente de resolução, e vai solicitar da agência a relação das empresas que se enquadram no perfil contemplado pela regulamentação.
Fóruns de Conselhos Estaduais – Foi outro item da pauta da reunião. A experiência exitosa do Rio Grande do Norte foi relatada pela gestora. “Nesses colegiados é possível unir os pontos comuns, promover ações sociais, rever taxas bancárias e fornecedores. É interessante que os estados sejam protagonistas desta ideia para o fortalecimento dos conselhos e ordens de fiscalização profissional”, afirma Ana Adalgisa.
Nadja Pacheco
Fotos: Clara Feliciano
Fonte: CREA-BA