Depois do fechamento do Aterro de Gramacho (RJ), a montanha de lixo de 60 metros de altura que seria um problema ambiental terá um fim mais nobre
O lixo vai produzir energia na Baixada Fluminense. Começa a operar em junho um projeto inédito no mundo, que aproveita o gás metano acumulado no antigo aterro sanitário do Jardim Gramacho.
Até junho do ano passado Gramacho era o maior aterro de lixo da América Latina. Durante quase 35 anos, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, recebeu milhões de toneladas de resíduos do Rio de Janeiro e dos municípios vizinhos.
Essa importante história foi tema do documentário “Lixo Extraordinário“, com direção de Lucy Walker e produção executiva de Fernando Meirelles, que durante dois anos, de 2007 a 2009, acompanhou o trabalho do artista plástico Vik Muniz no Jardim Gramacho. O contato com o grupo de catadores revelou a dignidade e o desespero que enfrentavam essas pessoas quando sugeridas a reimaginar suas vidas fora daquele ambiente.
O fechamento do aterro deixou para trás uma montanha de lixo de 60 metros de altura e muitos desempregados. A indenização, de pouco mais de 13 mil reais, não resolveu o problema, pois sem um projeto e sem orientação, nada de produtivo foi feito com o dinheiro.
Ao menos o problema ambiental, que parecia à primeira vista ser gigantesco, tem agora um fim bem mais nobre. A decomposição da matéria orgânica acumulada nas profundezas gera metano, um gás combustível, também chamado de biogás.
A partir de junho, o aterro de Gramacho passará a ser oficialmente uma usina de energia. Todo o gás metano do aterro será retirado e transportado por tubulações em direção à estação de tratamento, onde o gás será purificado e bombeado até uma refinaria de petróleo. É o primeiro negócio do gênero no mundo.
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São seis quilômetros de extensão de gasoduto, do aterro até a Refinaria Duque de Caxias. O volume de biogás bombeado a cada dia para a refinaria equivale a todo o gás natural consumido diariamente nas residências e estabelecimentos comerciais de todo o estado do Rio.
O contrato prevê o fornecimento de gás por 15 anos. O aterro tem capacidade para gerar 70 milhões de metros cúbicos de biogás por ano, suficiente para abastecer uma frota de 50 mil carros movidos a gás que rodassem 10 mil quilômetros por ano cada um.
“Toda e qualquer cidade poderia ter, a partir do seu aterro, transformando o biogás em gás equivalente ao GNV – eu diria melhor que o GNV, inclusive em termos de características – e abastecer uma parte da frota da cidade”, afirma o presidente da empresa operadora do sistema, Manoel Avelino.
São ao todo 300 pontos de captação espalhados pelo aterro. Em cada um deles, o gás do lixo sai na pressão. “O aproveitamento energético de aterro, do gás que é gerado no seu interior, é um dever que todos temos que assumir e providenciar para que possa ser simplesmente o fornecimento de gás para residências próximas, geração de energia no próprio aterro ou até purificação e uso como no gás veicular”, afirma o assessor da Diretoria Técnica e de Logística da Companhia de Limpeza Urbana do Rio, José Henrique Penido.
Fonte: Informações do G1 e do hotsite do filme “Lixo Extraordinário“.
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