“A gestão dos recursos hídricos, é um fator essencial no desenvolvimento territorial e econômico, sendo um componente estratégico de grande relevância, especialmente neste século XXI”. É o que afirma o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE), engenheiro agrônomo Arício Resende ao definir como um momento bastante oportuno a realização do XIII Simpósio de Recursos Hídricos do Nordeste que ocorreu entre os dias 8 e 11 deste mês novembro na capital sergipana, o qual teve como tema central a “Governança da Água – Desafio para Integração do Nordeste no Presente e Futuro”.
O evento realizado pela Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRH) com o apoio do Crea-SE reuniu estudantes, pesquisadores e grandes nomes da gestão das águas no Brasil e no mundo. Durante quatro dias, as palestras e as discussões foram voltadas para o futuro das águas na região mais seca do Brasil.
A região Nordeste é a que mais sofre com a falta de água potável no País e é muito importante buscar alternativas para uma melhor gestão do recurso hídrico, ressalta Arício Resende. ao chamar atenção para a situação da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco “ Para manter as usinas em operação, o regime hídrico da bacia do rio passou a ser
controlado tecnologicamente, alterando a vazão natural, uma situação que afeta diretamente a população ribeirinha,
a produção de várias espécies de peixes e a agricultura”, disse ele ao frisar a importância da discussão e a necessidade de definir estratégias práticas em busca de soluções.
Em quanto dias foram 295 trabalhos, 28 palestras, seis mesas redondas e quatro oficinas espalhados em quatro hotéis da Orla de Aracaju. “Nós entendemos que o Brasil tem desafios do tema da água importantes, principalmente o acesso e a segurança hídrica, em função também das mudanças climáticas”, colocou a representante do Banco Mundial, a peruana Rita Sester.
O Ministério da Integração Nacional (MIN) e a Agência Nacional de Águas (ANA) também estiveram envolvidos no evento. “A água tem que ser vista e tratada com a importância que ela realmente tem. Será que não é a hora de praticar e tirar do papel o reuso dela? Precisamos repensar os nossos usos da água. Será que não é o momento de pensar na dessalinização? De usar as tecnologias? O caminho do desenvolvimento passa pela trilha da água”, provocou no discurso da cerimônia de abertura o diretor da ANA, Paulo Varella.
“O Nordeste passa por uma longa estiagem, uma escassez hídrica, então a comunidade técnico científica despertou interesse muito grande para trazer conhecimento, trocar experiência, debater todas essas questões de como fazer gestão de água em um momento que vive uma das secas mais severas dos últimos cinco anos”, explicou o presidente da comissão local do Simpósio e superintendente de Recursos Hídricos de Sergipe, o advogado e engenheiro agrônomo Ailton Rocha.