Pesquisadores sergipanos conquistaram esta semana destaque internacional após desvendar um novo e versátil método que transforma em curto prazo a qualidade da água poluída. Ao contrário do modo convencional, atualmente utilizado por companhias de saneamento e fornecimento de água em todo o Brasil, a experiência que deu certo nos laboratórios do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), tem a capacidade de oxidar a água em 100%, excluindo assim, todo o material orgânico como restos de pesticidas e corantes. Com essa fórmula experimental, ainda reservada à experimentação, é possível garantir que o líquido é considerado totalmente potável e viável ao consumo humano.
Apesar das precauções adotadas pelos professores responsáveis por coordenar os alunos, não é descartada a possibilidade de logo em breve expandir o projeto para as grandes centrais de tratamento. Para o docente e pesquisador Giancarlo Richard Salazar Banda, o experimento trata-se de uma inovação e revolução mundial, e pode resultar em benefícios para toda a humanidade. Diante dos reais fundamentos laboratoriais, o grupo foi contemplado com a medalha de ouro WIPO – concedida pela entidade Organização Mundial da Propriedade Intelectual (World Intelectual Property Organization – WIPO) para os trabalhos de proteção da propriedade intelectual. Esta foi a primeira vez que a alta cúpula da WIPO concedeu a premiação de forma espontânea no Brasil.
“Nós sabemos que o tratamento convencional não consegue tirar todo o material orgânico contido na água. Com esse nosso trabalho passa a ser possível sim chegar a total limpeza da água. Foi um longo período de análise onde debatemos várias vertentes até chegar a esse produto final”, declarou. A pesquisa realizada é fruto de mais de quatro anos de trabalho intenso e em parceria com a Pontifícia Universidade Católica de Valparaiso no Chile e a Universidade Tiradentes (Unit). Para os professores, este fato demonstra que com muito esforço, dedicação e trabalho sério, é possível realizar pesquisas relevantes em qualquer instituto de pesquisa ou universidade no Brasil. O prêmio estimula os brasileiros a se interessar mais pela área científica.
Conforme avaliação de Leonardo Maestri Teixeira, presidente do ITP, este método resultará de forma gradativa na redução dos impactos ambientais causados pelo homem nas últimas décadas. “Hoje a produção do sistema que trata a água é bastante dispendioso no ponto de vista financeiro e geração de resíduos também. O mérito deste prêmio não se resume ao tratamento da água”, afirmou. A escolha levou em consideração cinco itens que vão desde as prováveis aplicações e usos, os benefícios financeiros, a relevância do impacto para o aprimoramento do meio ambiente, a proximidade para a comercialização da tecnologia, até as atividades desenvolvidas pela equipe de inventores, assim como pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) do ITP associadas à comercialização da tecnologia.
Mostrando-se feliz com o resultado, o estudante de mestrado em química, Tiago Almeida, avalia a medalha como uma oportunidade a mais de conquistar novos prêmios. A meta é ampliar os estudos, ser reconhecido na área de atuação, e consequentemente ajudar ao planeta. “A WIPO serve como inspiração para continuar os trabalhos, ajudar ao próximo, e quem sabe, ser premiado futuramente também. Estamos todos satisfeitos com o reconhecimento mundial e como a professora Katlin Barrios bem disse, a medalha é fruto de muita dedicação de todo o grupo”, disse.
Conforme informações da ITP, o método foi apresentado pela primeira vez durante o 8º Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (FORTEC), realizado no Centro de Convenções Rebouças, Estado de São Paulo, em 18 de maio de 2014. A entrega da medalha foi realizada pelo Secretário Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação da SETEC/MCTI, Dr. Álvaro Toubes Prata e pela Dra. Maria Beatriz Amorim Páscoa Borher Vice WIPO. Criada em 1967, a WIPO é uma das 16 agências especializadas da ONU, é composta de 187 Estados-membros, e administra 26 tratados internacionais.
Fonte: Milton Alves Júnior para Jornal do Dia
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