O Código de Ética Profissional foi um dos principais assuntos empauta no último dia de atividades do Workshop dos engenheiros eletricistas, promovido pelo Confea e pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE). Durante dois dias, o evento reuniu, na sede da Associação dos Engenheiros Agrônomos, em Aracaju, profissionais de todo o Brasil com uma ampla discussão sobre o sistema elétrico e as fontes alternativas de energia.

O coordenador nacional das Comissões de Ética no Confea, o engenheiro eletricista, Sérgio Maurício Mendonça fez uma importante explanação sobre ética e conduta profissional. Em sua apresentação direcionada especialmente aos conselheiros, o palestrante pontuou situações que surgem, principalmente pelo desconhecimento do profissional em relação à legislação, às responsabilidades e penalidades na hora de avaliar e julgar procedimentos e processos referentes à falta de ética dos profissionais da engenharia e da agronomia.

Numa linguagem simples, mas embasada em conhecimentos técnicos e jurídicos, Sérgio Maurício fez uma breve explanação sobre os conceitos teóricos e a evolução do Código de Ética. Também apresentou o passo-a- passo para apuração, avaliação e julgamento de processos por falta de ética.

“Esse documento que consiste em um passo-a- passo traz de forma detalhada e simples informações de como proceder. A iniciativa nasceu das dificuldades e dúvidas apresentadas pela maioria dos conselheiros diante da legislação e normas que devem ser atendidas e aplicadas no decorrer dos processos de ética”, explica o coordenador nacional.

“A ética é um conjunto de normas morais pelas quais o indivíduo deve orientar seu comportamento na profissão que exerce. É imprescindível em todas as profissões, para que possamos viver relativamente bem em sociedade”, destaca Sérgio Maurício ao considerar fundamental colocar o Código de Ética nos centros das discussões.

Segurança do sistema elétrico brasileiro

No último dia de atividades também foram destacados os princípios para concessão de atribuições profissionais, mercado de trabalho e decisões a cerca de algumas ilegalidades. O tema abordado pelo engenheiro eletricista e conselheiro suplente do CREA-SP, Paulo Barreto trouxe para o público participante importantes informações voltadas para a melhoria da segurança do sistema elétrico brasileiro.

“Trazer para os profissionais o que são atribuições, como são geradas, permi

te maior facilidade na identificação das ilegalidades existentes atualmente no desempenho das funções do engenheiro, e infelizmente ainda temos muito trabalho diante do número de engenheiros que acabam desempenhando funções para as quais eles não estão habilitados”, alerta o palestrante.

Segundo Paulo Barreto, uma situação preocupante e que normalmente acontece, é que o profissional de engenharia após a formação acredita que todas as disciplinas ofertadas no curso automaticamente lhes geram atribuições. “É preciso entender, que assim como acontece na medicina, mais especificamente, cada um deve responder pela sua área de formação. Seja na usina solar, hidrelétrica ou eólica, temos uma variedade de profissionais, engenheiros mecânicos, químicos, civis, elétricos, que dentro das suas atribuições devem desempenhar corretamente suas funções, isso é básico”, destacou.

Para o  coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica do Crea-SE, Alvair Augusto Jacinto o Workshop foi um sucesso. “Durante dois dias o sistema elétrico foi o foco das discussões com temáticas desenvolvidas por especialistas da área. Foram dois dias de muito aprendizado com conteúdos polêmicos e enriquecedores para todos os participantes. Reunimos coordenadores de todo o País, uma boa oportunidade para ampliar nossos conhecimentos e trocar experiências. Além disso,  todos os participantes tiveram a oportunidade de debater sobre a atual situação e o futuro da energia elétrica no Brasil”, disse ele.