Um projeto que envolve diversos órgãos públicos, incluindo Embrapa, Codevasf e Cohidro, experimenta fazer debaixo do sol forte do interior sergipano, o cultivo de frutas que tradicionalmente se desenvolvem em clima mais frio. Pomares de maçã, pera e caqui estão em fase de teste no do Perímetro Irrigado Piauí (Pepia).
A ação no Pepia se deve ao convênio firmado entre a Cohidro e a Embrapa Semiárido, de Petrolina (PE), que ainda tem como parceiros a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Banco do Nordeste e Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), que financiaram o Projeto. A partir de uma emenda individua, de autoria do senador Antônio Carlos Valadares e aprovada na Lei Orçamentária Anual de 2012, Sergipe foi favorecido com a transferência de tecnologia desenvolvida pela pesquisa.
A gerente de desenvolvimento agropecuário da Cohidro, Sônia Loureiro, comemora o passo dado no meio agrícola em Sergipe, frisando a importância da inserção de novas variedades que ampliem a oferta de produtos do mercado de alimentos. “O fato tem relevância histórica, por se tratar de ser a primeira vez que é feito um plantio, em escala comercial, da variedade no Estado. Talvez seja esse o primeiro pé de caqui plantado em solo sergipano”, externa a engenheira agrônoma, enquanto auxilia o agricultor João Pacheco a fixa ao solo a muda frutífera.
Contemplados
Cinco agricultores do PEPIA foram escolhidos pelos técnicos da Companhia pra receber as mudas e participar do projeto experimental em Lagarto. Depois de fazer a viagem técnica a Petrolina e conhecer o experimento lá iniciado em 2008, se fez apto a participar do projeto e foi capacitado pelas equipes das duas empresas. O irrigante está confiante e explica como foi orientado a preparar a sua área e como se darão os tratos culturais em sua plantação de caquis.
O agricultor Gidelson Gonçalves dos Santos, contemplado com 1.100 mudas de maçã nas variedades Princesa e Julieta para serem plantadas em seu lote no perímetro irrigado Piauí, administrado pela Cohidro em Lagarto, disse que está esperançoso em relação aos resultados dos experimentos. “Estou aprendendo com a experiência do pessoal da Embrapa e o que não falta é garra e disposição para o trabalho. A primeira colheita deve ser feita dentro de dois anos e espero que a minha renda familiar aumente”, contou o produtor.
Edilson Tavares, produtor da Cooperativa de Agricultura Familiar e Economia Solidária de Simão Dias (Cooperafes), que iniciou o plantio de mudas de pera e maçã, também elogiou o projeto e falou sobre os benefícios da fruticultura para os agricultores. “A comunidade toda está muito otimista. Somos pioneiros na região e vamos poder trabalhar com frutas, que são acima de tudo alimentos saudáveis”, disse Edilson.
Durante o experimentos, os produtores serão acompanhados pela equipe do pesquisador Paulo Roberto Coelho Lopes, da Embrapa Semiárido, localizada em Petrolina, estado de Pernambuco. O técnico agrícola José Liberalino Filho explica que o clima e o solo da região são favoráveis ao desenvolvimento da fruticultura. “Em Petrolina, que é ainda mais quente do que esses municípios, temos uma ótima produção de frutas. E no município vizinho de Paripiranga, na Bahia, a fruticultura já vem obtendo bons resultados”, afirma.
Outra Cultura
No município vizinho, Simão Dias, outra cultura têm ganhado um espaço considerável na produção agrícola da região. Produtores Rurais do assentamento Oito de Outubro começaram a ver no cultivo da abóbora, uma alternativa bastante viável e lucrativa.
O assentado José Fraga, conhecido na região como “Zé Branquinho”, viu na cultura de abóbora, uma atividade rentável e resolveu investir.
“Aqui, o pessoal planta muito milho. Mas, como as chuvas começaram a ficar escassas, começamos a ver na abóbora uma cultura melhor. Por isso, resolvemos nos especializar. Hoje, toda as 81 famílias tem pelo menos uma rocinha de abóbora. A colheita demanda um pouco mais de tempo, mas os resultados são muito animadores”, explica Zé Branquinho acrescentando que a produção é distribuída para a capital, Aracaju, e até para outros estados.
Fonte: Jornal da Cidade
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