O grande expediente da sessão plenária da assembleia legislativa de Sergipe desta quinta-feira foi reservado para a palestra do presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia Joel Krüger. Na galeria, presidentes dos Conselhos Regionais de todo o país; conselheiros federais e regionais, além de representantes de entidades de classe e assessores prestigiaram a apresentação.
Ao abordar o tema “Estratégias da Engenharia, da Agronomia e das Geociências para o Desenvolvimento Nacional’, o presidente do
Confea foi enfático ao lembrar que “tudo gira em torno da engenharia”. Em sua apresentação destacou números que demonstram a necessidade da formação de mais engenheiros e agrônomos para atender as demandas do país.
Ele enfatizou que o Sistema Confea/Crea tem 980.115 profissionais registrados e ativos no Brasil. Desse total, 150.227 estão no Nordeste, enquanto 6.419, em Sergipe. “A cada 100 mil habitantes, o país apresenta 470 engenheiros. No Nordeste, esse número vai a 265 e no estado sergipano, 264. Há espaço para que novos profissionais reforcem o contingente necessário, a fim de que o país retome os níveis de crescimento registrados entre os anos de 1930 e 1980”, garante.
VEJA FOTOS NO FACEBOOK DO CREA-SE
Joel Krüger também destacou a importância estratégica na relação com o parlamento “Nós temos procurado de maneira muito forte, atuar tanto com o parlamento federal, com a Câmara dos Deputados e com o Senado, mas é estratégica também a relação com as Assembleias Legislativas, com a Câmara Distrital e com as Câmaras de Vereadores, porque a Engenharia, a Agronomia e a Geociências, que nós procuramos trabalhar com a ciência, a tecnologia e o desenvolvimento nacional; nós precisamos dessa relação próxima para discutir as questões tecnológicas, legislação e orçamento que viabiliza a execução de grandes investimentos que nós necessitamos”, ressalta.
O palestrante elencou as funções do estado brasileiro, a integração territorial, a industrialização e o fato do Brasil ser um país urbano, quanto às necessidades no dia a dia das cidades. “As grandes questões que precisamos nos debruçar estão na falta de sintonia entre os pensadores do desenvolvimento nacional que muitas vezes estão longe dos políticos, numa análise de estrutura. Temos que olhar o país como um todo e não apenas alguns segmentos, além da necessidade de políticas de estado para a engenharia e não apenas uma política de governo. O Brasil precisa voltar a crescer como ocorreu entre a década de 30 e a década de 80. Nós paramos no tempo e a engenharia, a agronomia e a geociência sofrem fortemente. Temos problemas de urbanização, de integração do nosso território. O nosso Produto Interno Bruto (PIB) varia desde 1948 até 2019; independentemente de serem 0,8 ou 1,2, é insuficiente para o nosso desenvolvimento”, afirma o presidente do Confea.
Na oportunidade, convidou os deputados estaduais para participarem da Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia e do Congresso Nacional de Profissionais da Engenharia que serão realizados na cidade de Palmas, no estado do Tocantins. “Este é um ano de grandes mudanças e a Engenharia, Agronomia e Geociências quer estar preparada e estar preparada para a retomada do desenvolvimento nacional. A SOEA e o CNP são importantes eventos que abrem espaço para que os profissionais e empresas do Sistema possam participar efetivamente da discussão sobre a estratégia para o desenvolvimento nacional”, afirma.
A participação do Confea no grande expediente da sessão ordinária da Alese foi uma iniciativa do deputado estadual Iran Barbosa (PT), que é presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Informática da Assembleia Legislativa. De acordo com o parlamentar, o Brasil precisa retomar o projeto de desenvolvimento que seja focado na soberania nacional e nos seres humanos. “A categoria aqui representada tem um papel estratégico, visto que não há como pensar sobre projeto de desenvolvimento sem relacionar a engenharia, a agronomia e a geociências”, disse.
Iran Barbosa parabenizou o Sistema Confea/Crea e Mútua por estar buscando o diálogo com os parlamentares, apresentando suas expectativas, discutindo as questões tecnológicas, legislativas e orçamentárias e buscando uma parceria em prol do desenvolvimento nacional.
Para o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE), engenheiro agrônomo, Arício Resende Silva o diálogo entre o Sistema e o Legislativo é fundamental na busca de soluções e apoio para a retomada do crescimento do Brasil. Afirmou que a palestra refletiu toda a importância da Engenharia, Agronomia e Geociências no processo do desenvolvimento nacional. “A gente sabe que nenhum município, nenhum estado consegue crescer e se desenvolver sem a presença da Engenharia. O país como um todo precisa retomar o planejamento com eficácia e essa construção passa pelas mãos dos engenheiros, quer seja no campo, na cidade, no urbanismo, nas edificações, no saneamento, no transporte ou nas comunicações”, afirma o presidente Arício.
Na sessão plenária, o deputado estadual Garibalde Mendonça (MDB) convidou a todos os deputados da Casa Legislativa a participarem do
lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Engenharia. O evento irá ocorrer na capital sergipana, no Hotel Delmar, nesta sexta-feira (14) às 9h. “Quero convidar os amigos, e principalmente os colegas parlamentares que fazem parte dessa frente, que são os deputados Zezinho Guimarães (MDB), Zezinho Sobral (PODE), Doutor Samuel (PPS), Jeferson Andrade (PSD) Adailton Marins (PSD), Maria Mendonça (PSDB) e Luciano Pimentel (PSB)”, convidou o deputado Garibalde.
Mesa
A Mesa foi composta pelos deputados Iran Barbosa (PT), Zezinho Sobral (PODE), Garibalde Mendonça (MDB), o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (CREA/SE), Arício Resende, o diretor-presidente da Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais dos Creas, Paulo Guimarães e o coordenador do Colégio de Presidentes e presidente do CREA da Paraíba, Antônio Carlos Aragão.
Texto: Iris Valéria de Azevedo