A cratera misteriosa encontrada na Península de Yamal, na Sibéria (Rússia) foi, provavelmente, causada por metano liberado com o derretimento do permafrost (solo gelado encontrado na região do Ártico). Um artigo sobre o assunto foi publicado na revista Nature. Pesquisadores afirmam que o aquecimento global pode ser o culpado. Um degelo lento e constante na região pode ter sido o suficiente para liberar uma explosão de metano e criar uma grande cratera.
Segundo Andrei Plekhanov, arqueólogo do Centro Científico de Estudos do Ártico em Salekhard, o ar perto do fundo da cratera tinha altas concentrações de metano, superiores a 9,6%. As amostras foram recolhidas de 16 de julho durante uma expedição à cratera. Normalmente, a quantidade de metano é de apenas 0.000179%. Plekhanov e sua equipe acreditam que o surgimento da cratera está ligado aos verões quentes em Yamal entre 2012 e 2013.
Nos dois anos, o calor foi mais quente do que o habitual, em cerca de 5 °C. Como as temperaturas subiram, o permafrost pode ter descongelado e caído, liberando o metano que estava preso no chão gelado. Ao longo dos últimos 20 anos, o permafrost tem sido aquecido em cerca de 2 °C, impulsionado pelo aumento da temperatura do ar, segundo Hans-Wolfgang Hubberten, geoquímico do Instituto Alfred Wegener de Potsdam, na Alemanha. Esse tipo de solo prende grandes depósitos de metano. O gás permanece estável e congelado, mas é liberado quando a temperatura sobe. Mas para confirmar o que causou a cratera, Plekhanov afirmou que é necessária fazer outra visita para verificar a concentração de metano no ar aprisionado nas paredes.
Outras crateras
Após o surgimento da cratera, moradores locais relataram a existência de outros dois buracos semelhantes, mas menores, nas proximidades. Um dos novos buracos foi encontrado perto da aldeia de Antipayuta, no distrito de Taz. A cratera tem 15 metros de diâmetro e está localizada a algumas centenas de quilômetros de distância da primeira cratera descoberta, que está na Península de Yamal. A outra cratera recém-descoberta foi encontrada perto da aldeia de Nosok, na região de Krasnoyarsk.
O buraco tem 4 metros de diâmetro e a profundidade é estimada entre 60 e 100 metros. Segundo moradores do local, o buraco tem a forma de um cone. Larry Hinzman, um hidrólogo permafrost na Universidade do Alasca em Fairbanks e diretor do Centro de Pesquisa do Ártico International, diz que esse tipo de cratera pode ficar cada vez mais comum em áreas de permafrost. Os cientistas temem que a liberação de metano aprisionado possa ameaçar a indústria e as comunidades locais. Para evitar outros acidentes, pesquisadores sugeriram a abertura de furos no permafrost em regiões com acúmulo de metano para liberar a pressão no local.
Fonte: Exame
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