“Acidentes envolvendo a perda da integridade de componentes estruturais – como a explosão de uma caldeira, a ruptura de uma peça de avião ou o rompimento de oleodutos – acarretam prejuízos materiais, impactos ambientais e podem ocasionar a morte de pessoas. As falhas estruturais ocorrem principalmente devido a erros de projeto, desrespeito às especificações técnicas na fase de fabricação ou condições de operação incorretas.” Com essa análise o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe, engenheiro agrônomo Arício Resende abriu na noite desta sexta-feira (12/8), no auditório do Sebrae, um encontro com profissionais e acadêmicos da área da engenharia, o qual trouxe para discussão ‘Integridade Estrutural de Equipamentos’.
Em sua apresentação, o presidente do Crea destacou ainda o compromisso do Conselho em apoiar as entidades de classe na realização de eventos dessa natureza. “O Crea tem trabalhado para o fortalecimento das entidades e, acima de tudo, dado todo o apoio necessário para fomentar discussões de temas tão importantes quanto este”, reforça ele.
A palestra promovida pela Associação Brasileira de Engenheiros Mecânicos e Industrial de Sergipe (ABEMEC-SE) foi ministrada pelo especialista em engenharia de equipamentos, Guilherme Victor Peixoto Donato. O palestrante fez uma ampla explanação sobre a aplicação das técnicas e procedimentos de avaliação de integridade. Ele também pontuou sobre a condição de segurança em que um componente se encontra num determinado e como prever o comportamento futuro do mesmo, subsidiando decisões relativas à inspeção, monitoração, eventuais reparos ou mesmo substituição do componente.
De acordo com Guilherme Donato, as ações de manutenção e de controle de degradação geram condições para estender a vida útil dos componentes ou de instalações industriais inteiras com significativos ganhos econômicos. O profissional que atua em avaliações de integridade estrutural são, em geral engenheiros civis ou mecânicos, mas segundo o palestrante , o Brasil e, também, no caso o Estado de Sergipe possui poucos profissionais em atuação nesse tipo de atividade.
O desenvolvimento de avaliações de integridade estrutural envolve diferentes disciplinas de engenharia, sendo as principais: análise de tensões, comportamento mecânico dos materiais e mecânica da fratura. Na avaliação do palestrante, o profissional, dificilmente terá um conhecimento detalhado sobre todas as áreas envolvidas na atividade, mas deve saber como elas se inter-relacionam e ser capaz de dialogar com os especialistas de cada uma delas.
A formação em algumas das áreas específicas mencionadas vem em grande parte de cursos de mestrado e doutorado nas áreas de Estruturas e Ciência dos Materiais. “A visão mais ampla, multidisciplinar, o engenheiro acaba adquirindo com a prática, ao se envolver com casos reais de componentes estruturais que exigem avaliações periódicas para garantir a sua operação segura ou em investigações das causas que levaram à falha desses componentes.”, explica ele.
Para o presidente da ABEMEC-SE, o engenheiro mecânico Aládio Antônio de Sousa a palestra foi bastante positiva e construtiva. “O estudo da integridade de equipamentos traz informações importantes para o corpo técnico das empresas, pois mostra as características que precisam ser identificadas, conhecidas e registradas, que capacitem os engenheiros a conhecer e utilizar de forma melhor e mais otimizada os ativos das empresas, deixando como produto futuro um histórico confiável da vida e do desenvolvimento dos equipamentos”, destaca ele.
A palestra contou com a presença de estudantes e diversos profissionais. Também prestigiaram o evento, conselheiros do Crea-SE , entre eles, o engenheiro civil, Rosivaldo Ribeiro e os Engenheiros Mecânicos, Marcos Pedro Ferreira; Romeu Santos, além do controlador do Conselho, Alexsandro Meireles, o presidente do Sindicato dos Engenheiros de Sergipe (SENGE, Carlos Antônio de Magalhães e representantes do Sebrae.