Durante três dias o uso indiscriminado dos agrotóxicos e seus impactos na saúde humana e animal e no meio ambiente foram amplamente discutidos no II AgroNordeste. O evento encerrado nesta sexta-feira (13/11) reuniu na capital sergipana, profissionais, estudantes, entidades de classe, engenheiros agrônomos e especialistas que abordaram a questão em variados contextos.
Os trabalhos desta sexta-feira foram iniciados com a palestra do Procurador do Ministério Público do Trabalho de Sergipe, Manoel Adroaldo Bispo com o tema ‘Atuação do Poder Público na Proteção da Saúde do Trabalhador e Consumidor.” De acordo com o palestrante, os direitos fundamentais do cidadão não estão sendo respeitados, a exemplo das condições mínimas de segurança no ambiente de trabalho. “O resultado dessa situação é retratado no alto índice de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais . Poder Público é omisso no que se refere à saúde do trabalhador”, afirma o Procurador.
O Procurador também destacou as ações desenvolvidas pelo MPT/SE no que se refere, principalmente as questões do uso de agrotóxicos. “ Implantamos o Fórum Sergipano de Combate aos Impactos do Veneno Agrícola, visando debater as questões relacionadas ao veneno agrícola, fomentar realização de estudos e pesquisas sobre seus impactos e servir de instrumento à congregação da sociedade, governo e trabalhador, em favor da saúde e bem estar de todos os envolvidos”, disse ele ao destacar a parceria com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE) nessas ações.
Fortalecer as capacidades produtivas e gerenciais no campo com ampla oferta de cursos para diferentes públicos do meio rural também foi um dos assuntos destacados no último dia de programação do II AgroNordeste. A questão foi colocada em discussão pelo engenheiro agrônomo Kleber Souza Santos, coordenador nacional da Câmara de Agronomia do CONFEA que ministrou palestra sobre “Pronatec-Agro: Educação e Capacitação para a Agricultura Sustentável”.
“O Pronatec é uma grande oportunidade para os produtores rurais de todo o país, uma vez que, amplia a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica, ou seja, uma educação profissional para os agricultores”, disse Kleber Souza.
Mercado de trabalho
“As diretrizes curriculares: ensino e mercado de trabalho” encerrou o ciclo de palestras do II AgroNordeste. O assunto foi ministrado pelo engenheiro agrônomo, Helmut Forte Daltro, vice-presidente da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior – ABEAS-MT. Ele destacou as mudanças curriculares; o perfil profissional e as oportunidades no mercado de trabalho para o engenheiro agrônomo. “Os agricultores precisarão, cada vez mais, de inovações baseadas em conhecimentos científicos- tecnológicos. E o engenheiro agrônomo é e será indispensável dentro desse contexto, portanto, é fundamental que invista em capacitação, busque novos conhecimentos”, afirma Helmut Forte.
Para o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE), o II AgroNordeste e o XI Encontro Estadual de Engenheiros Agrônomos de Sergipe alcançaram o foco pretendido: Ampliar e aprofundar as discussões da politica de agrotóxicos. “Foram três dias de debates e palestras que agregaram conhecimentos, tiraram dúvidas, acirraram discussões. Especialistas e engenheiros agrônomos de vários Estados deram um panorama sobre a questão polêmica dos agrotóxicos e suas consequências na produção e consumo de alimentos”, disse Arício Resende.
O evento também trouxe outra gama de assuntos igualmente importantes para a categoria- profissionais e acadêmicos- a exemplo da importância da capacitação; da variedade de cursos voltados para o setor da agricultura; mercado de trabalho e ética profissional. “ A abordagem dada aos assuntos motivaram a plateia, especialmente aos estudantes que participaram ativamente dos debates com críticas e sugestões”, avalia o presidente do Crea-SE.