Apesar de o Governo do Estado ter garantido que a Empresa de Desenvolvimento Agropecuário (Emdagro), não faria parte da Reforma Administrativa aprovada
na Assembleia Legislativa de Sergipe, seis escritórios já tiveram as portas fechadas. A decisão pegou de surpresa os servidores e os agricultores dos municípios de Laranjeiras, São Cristóvão, Capela, Santa Luzia do Itanhy, Tomar do Geru e Colônia Treze.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Assistência Técnica e Extração Rural do Estado de Sergipe (Sinter/SE), José Néviton Santos Melo, a decisão é política. “O Governo alega contenção de despesas, mas sabemos que a decisão é política porque quem paga água, luz, telefone nesses escritórios são os prefeitos. O Governo anunciou em verso e prosa que a Emdagro não faria parte da Reforma Administrativa e agora fomos pegos de surpresa. O fechamento dos escritórios não foi comunicado aos servidores nem ao sindicato e quem vai perder mais com a medida, são os agricultores”, lamenta .
De acordo com o chefe do escritório da Emdagro em Capela, João Bosco Lima, o escritório em Capela está completando 50 anos de existência. “A população de Capela precisa dessa instituição. São 43 comunidades agrícolas no município e cerca de 70% dos fornecedores de cana de açúcar são pequenos agricultores, com área abaixo de 10 hectares. Além disso, Capela se destaca como o terceiro maior PIB agrícola de Sergipe”, destaca João Bosco.
Diálogo
Semana passada, o vice-governador Belivaldo Chagas recebeu a diretoria do Sinter/SE e garantiu que se reunirá nos próximos dias com o diretor-presidente da Emdagro, Jefferson Feitoza de Carvalho e o secretário Estadual da Agricultura, Esmeraldo Leal com a finalidade de reabrir o diálogo em torno do fechamento dos escritórios da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe.
Na assessoria de Comunicação da Emdagro, a informação é de que a decisão é provisória e que não haverá perdas para os trabalhadores e para os agricultores.
“A Empresa vem fazendo estudos para otimizar os serviços de assistência técnica e para se ter uma ideia, o escritório de Santa Luzia do Itanhy fica muito próximo do escritório de Estância, cuja demanda é muito maior, assim como o escritório da Colônia Treze, que está localizado a apenas 13 quilômetros de Lagarto. Os servidores estão sendo transferidos para os escritórios maiores e os serviços continuarão sendo desenvolvidos normalmente. O fechamento desses escritórios não faz parte da Reforma Administrativa. Não haverá qualquer prejuízo e a medida é provisória, ou seja, poderá ser revista a qualquer momento”, enfatiza Carlos Mariz, da ascom Emdagro.
Por Aldaci de Souza/Infonet