O primeiro dia do Fórum de Presidentes dos Creas do Nordeste de 2015 foi marcado por ampla discussão sobre temas relacionados à área tecnológica e assuntos institucionais e políticos de abrangência do Sistema Confea-Crea. A situação financeira dos Creas diante da recessão econômica do País foi um os assuntos destacados pelos participantes do evento.
O coordenador do Fórum e presidente do Crea-PI, Paulo Roberto Ferreira disse que a crise econômica brasileira atinge diretamente a receita dos Conselhos. “Com a crise, as obras são reduzidas e a arrecadação dos Creas também caem”, afirma ele ao ressaltar que o momento exige planejamento para manter as finanças equilibradas.
A atividade da engenharia está intimamente relacionada com a situação econômica do país. É o que afirma Victor César da Frota, presidente do Crea-CE ao ressaltar que se há muitas obras e demandas decorrentes de uma economia aquecida, isso repercute de forma favorável em um maior número de ART’s; em mais profissionais em dia com o Crea e como, consequência no aumento da receita.. “Mas o cenário sinaliza pra uma recessão”, alerta ele.
O presidente do Crea-Al, Fernando Dacal Reis também compartilha da mesma preocupação em relação ao cenário econômico. “Na minha avaliação, o maior desafio dos Creas no momento é conseguir se manter financeiramente, principalmente nós que fazemos parte da região Nordeste. É preciso manter a união em busca de estratégias de gestão como forma de garantir a governabilidade”, frisa ele.
Durante o Fórum, os participantes também colocaram outras preocupações e apresentaram reivindicações e propostas que atendem a questões específicas da região. “Esse evento é um espaço importante para troca de experiências e soluções de problemas comuns aos Creas do Nordeste. Temos questões semelhantes por sermos de uma mesma região”, explica Paulo Gilberto Silva, vice-presidente do Crea-BA.
A presidente do Crea-PB, Giucélia Figueiredo considera a realização do Fórum positiva por ser uma oportunidade de debater e avaliar as particularidades da região. “Nesses encontros colocamos em pauta a organicidade do ponto de vista administrativo e do funcionamento do Sistema Confea/Crea na região Nordeste. Mas não somente isso. Também trazemos para discussão temas diretamente relacionados ao exercício profissional da engenharia e da área tecnológica e, ainda, questões de interesse da população do Nordeste”, disse ela.
Para Giucélia hoje o maior desafio do Sistema Confea/Crea é dar visibilidade ao segmento profissional da área tecnológica, formada por engenheiros, agrônomos, técnicos e tecnólogos. “Esses profissionais têm dado uma contribuição valorosa ao desenvolvimento que chega a todas as regiões do País. No entanto, ainda não são vistos e nem reconhecidos pela sociedade como protagonistas desse processo de desenvolvimento. Isso precisa mudar”, decreta a presidente do Crea-PB.
O presidente do Crea-RN, Modesto Ferreira Santos que também participa do Fórum destacou alguns pontos que ele considera prioritários para o desempenho das atividades dos Creas: a criminalização do exercício ilegal da profissão e a legalização dos tributos cobrados. “São demandas políticas que precisam ganhar força e espaço dentro do Sistema Confea-Crea”, avalia ele.
Para o coordenador-adjunto do Fórum e presidente do Crea-SE, Arício Resende o evento é de fundamental importância por se tratar de um espaço democrático aberto a discussões sobre assuntos voltados aos profissionais de engenharia do Nordeste e, também, a população da região. “O Fórum tem um papel político importante por dar mais visibilidade às questões de interesse do Nordeste e nós como representantes dos Creas temos a responsabilidade de fortalecer esse processo. Há um espírito de colaboração entre os estados nordestinos”, aposta Arício Resende.
O Fórum de Presidentes dos Creas do Nordeste será encerrado nesse sábado (11/3) com o Seminário sobre ‘Riquezas e Oportunidades no Semiárido”, tema que será ministrado pelo presidente do Crea-PE, Evandro de Alencar Carvalho. Ele também fará um relato sobre fiscalização. “ Qualidade e aspectos do ensino da Engenharia Civil em Sergipe” é outro tema em destaque que vai ser apresentado pelo professor da Universidade Federal de Sergipe, Carlos Henrique de Carvalho.