O painel do Programa Mulher, realizado nesta quarta-feira (9/10), durante a 79ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (Soea), apresentou a discussão sobre a formação de lideranças femininas. O evento reuniu profissionais de diversas áreas para debater os desafios enfrentados por mulheres da área tecnológica no mercado de trabalho e explorar ações para incentivar e capacitar essas profissionais desde a formação.
A abertura foi introduzida pela engenheira florestal Izabel Ceron de Paula, coordenadora do Programa Mulher na Bahia, que destacou a importância de reunir mulheres atuantes no cenário profissional para troca de ideias e fortalecimento das pautas femininas. “A Soea é para isso: trocar ideias e informações, fazendo com que cada mulher se sinta representada e presente”, afirmou.
Formação
A engenheira civil Adriana Tonini, presidente da Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge) e professora da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), abordou a formação das mulheres na engenharia e destacou o papel dos exemplos inspiradores. “Edwiges Becker foi a primeira mulher a se formar em engenharia no Brasil. É graças a pioneiras como ela que podemos falar de conquistas, mas ainda temos um longo percurso pela frente”, disse.
Liderança
Durante a fala sobre “Liderança corporativa para mulheres”, Mari Lannes, escritora e consultora de negócios, trouxe uma reflexão sobre as barreiras que afastam as mulheres dos cargos de liderança. “Por que as mulheres estão desistindo da liderança? As respostas estão nas barreiras organizacionais, interpessoais e pessoais. Precisamos desenvolver novas perspectivas para superar esses desafios”, afirmou.
Diálogo e posicionamento
A engenheira agrônoma Andrea Brondani da Rocha, diretora-geral da Mútua/RS, que intermediou o painel na primeira parte da tarde, destacou a importância do compartilhamento multiprofissional entre as mulheres. “Este é um excelente espaço para promover trocas de experiências e conhecimentos profissionais. Aqui, temos a oportunidade de aprender umas com as outras e fortalecer nossa atuação”, afirmou Andrea, ressaltando o valor do diálogo e da colaboração no desenvolvimento das profissionais.
Na segunda parte do painel, a engenheira eletricista Silvia Coelho, fundadora da plataforma “Elas Programam”, compartilhou sua trajetória de sucesso e o impacto do projeto, que já alcançou mais de 50 mil mulheres. “O que precisamos é nos posicionar em locais e momentos que evidenciem nossa capacidade profissional. Vamos participar de eventos, praticar o networking e nos engajar em comunidades profissionais”, sugeriu.
Conexões
A engenheira civil Poliana Krüger, presidente da Associação das Mulheres da Engenharia, Agronomia e Geociências de São Paulo (Ameag-SP), falou sobre a necessidade de promover inspiração e conexões entre as participantes. “Estamos buscando um posicionamento que é nosso por direito, almejando a equidade em todas as esferas, seja ela política, social ou institucional”, afirmou. Por fim, a conselheira federal Carmen Lúcia Petraglia incentivou as participantes a se engajarem nas ações do Programa Mulher, reforçando a missão de fortalecer a rede feminina e garantir a representatividade no Sistema Confea/Crea e Mútua.