Com a participação de engenheiros eletricistas de vários Estados brasileiros foi aberto na manhã desta quinta-feira (29/9) o ciclo de debates e palestras sobre o setor elétrico e as fontes alternativas de energia. O evento promovido pelo CONFEA e o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE) reúne até sexta-feira (30/9) em Aracaju, coordenadores regionais das Câmaras Especializadas de Engenharia Elétrica dos Creas de todo o Brasil, conselheiros e especialistas na área energética.
A programação foi aberta pelo presidente do Crea-SE, engenheiro agrônomo Arício Resende que destacou a importância de ampliar e fortalecer os debates sobre os modelos de distribuição energética do futuro. “A energia elétrica é fundamental para o desenvolvimento e a qualidade de vida das pessoas. Quanto mais o País se desenvolve, mas se faz necessária aumentar a produção de energia. Por isso, além de ampliar a capacidade de geração de energia melhorando o aproveitamento das fontes convencionais também é imprescindível desenvolver tecnologias para utilização de novas fontes energéticas”, afirma o presidente do Crea-SE, Arício Resende.
Para o presidente é fundamental que os profissionais da área discutam e busquem novas informações para consolidar e ampliar os conhecimentos visando o acompanhamento desse processo de mudanças no campo energético. Para ele, o Workshop traz essa oportunidade, principalmente de troca de experiências e debates com o propósito de trazer contribuições para o avanço de projetos voltados para políticas públicas de energia.
Na ocasião, Arício Resende pontuou dois importantes projetos. O primeiro deles, o lançamento, na última quarta-feira (28/9) da pedra fundamental para construção da Usina Termoelétrica Porto de Sergipe, na Barra dos Coqueiros. A usina, que será a primeira do complexo de Geração de Energia Governador Marcelo Déda, representa um investimento para Sergipe na ordem de R$ 5 bilhões.
A nova usina terá uma capacidade de produção de energia de 1,5 gigawatts (GW), o correspondente a metade da energia gerada pela hidroelétrica de Xingó. A previsão é que as obras sejam concluídas em 36 meses e que, em 2019 a usina já esteja pronta e entrando em plena operação em janeiro de 2020.
O segundo projeto destacado é o Parque Eólico da Barra dos Coqueiros, na Grande Aracaju. Inaugurada em 29 de janeiro de 2013, a Usina Eólica no município de Barra dos Coqueiros foi construída através do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI) com a concessão de incentivo locacional, disponibilizando a área de 300 hectares, equivalente a 320 campos de futebol, vizinha ao Porto de Sergipe. O investimento total da obra foi de R$ 125 milhões.
Até 2006, a geração de eletricidade a partir do vento era inexpressiva no Brasil. Hoje, segundo o Conselho Global de Energia Eólica, o Brasil tem a 10ª maior capacidade de geração do mundo e, em 2014, foi o quarto que mais ampliou esse potencial, atrás de China, Alemanha e Estados Unidos. “Essa transformação fez do Nordeste o polo da energia eólica no Brasil: a região responde por 75% da capacidade de produção nacional (o restante se concentra no Sul do país) e 85% da energia gerada de fato no país por essa fonte”, enfatiza o Coordenador Nacional Engenharia Eletricista Jovanilson Freitas.
Para Jovanilson, o incentivo à expansão das fontes renováveis e limpas deve ser uma premissa para quem deseja uma indústria consolidada e um setor forte e sustentável.
O ciclo de palestras do Workshop de Engenheiros Eletricistas foi aberto pelo diretor-técnico e comercial da Energisa (Distribuidora de Energia de Sergipe). O palestrante falou sobre o mercado e a geração de energia elétrica frente às novas tecnologias. Ele destacou a tecnologia fotovoltaica, ou seja, a energia produzida a partir da luz solar como modelo de distribuição energética do futuro.
“Sergipe tem um mercado grande e em expansão. O Estado possui, atualmente seis unidades fotovoltaicas em funcionamento. Tem o pedido de mais cinco, mas ainda é muito pouco. O mercado oferece grandes oportunidades para os profissionais. A dificuldade está no custo/benefício. O tempo de retorno de investimento é longo, em média oito anos e ainda precisa de financiamento por ser caro, mas vale a pena”. É o que garante Amaury Damiance.
O palestrante também parabenizou o Crea-SE pela realização do Workshop. “Esse tipo de iniciativa facilita muito a divulgação e a capilaridade uma nova tecnologia como esta. É um fórum técnico, mas que tem um desdobramento social muito grande” enfatiza Amaury.