Com o tema “Ensino a Distância na Engenharia” foi encerrado nesta
sexta-feira (13/12) o 1º Encontro Sergipano dos Profissionais da Engenharia Civil. O assunto foi ministrado pelo conselheiro, Ronald Donald, coordenador-adjunto da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Crea-SE que destacou a importância de promover a discussão sobre o ensino a distância em uma área tão técnica em suas diversas habilitações.
“Não estamos declarando bandeira contra a EAD, mas não há, dúvidas, que existe a necessidade urgente de aprofundar a discussão e, principalmente inserir o Sistema Confea/Crea nas discussões e
decisões”, disse Ronald. “Nós, que conhecemos como se processa a graduação de um Engenheiro, entendemos que essa modalidade de aprendizado diminui o nível de conhecimento técnico, avalia ele.
Como os cursos são homologados pelo MEC, as universidades têm autonomia, os Creas não podem opinar se eles podem ou não ser à distância. “Resta ao Sistema Confea/Crea apenas receber o aluno ao final do processo e registrar para que ele esteja apto a trabalhar. E aí nós temos que analisar: será que esse Engenheiro está preparado para o mercado de trabalho e ter uma atuação que não represente risco à sociedade?”, questiona o conselheiro.
A revisão da Norma de Desempenho (NBR 15.575:2013 – Edificações Habitacionais – Desempenho), publicada em fevereiro de 2013 pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) também foi destaque no segundo dia do Encontro Sergipano dos Profissionais da Engenharia Civil. Em vigor desde julho de 2013, a Norma introduz uma série de ajustes para determinar requisitos de durabilidade e desempenho de estruturas, e afeta todo o setor de construção, como fornecedores de materiais, construtores, laboratórios
de materiais, além dos profissionais de projetos.
O assunto foi ministrado engenheiro civil, Paulo Grandiski que faz uma avaliação das principais mudanças a partir da aplicação da nova norma de desempenho. “Uma das principais mudanças está explicitada no nome da NBR 15.575:2013 Edificações Habitacionais – Desempenho: diferentemente da versão anterior, restrita a residenciais de até cinco pavimentos, o novo texto é mais abrangente e contempla projetos habitacionais de qualquer porte, destacou o engenheiro.
O palestrante pontuou também que a Norma estabelece vida útil variável para cada um dos sistemas (estruturas, vedações, pisos, coberturas, instalações elétricas e hidráulicas). Com relação à acústica, o texto atrela o desempenho ao nível de ruído externo existente no momento de realização do projeto. “Entre as suas seis partes, as áreas de pisos e vedações verticais internas e externas foram as que sofreram maiores intervenções. A norma ainda possui partes para requisitos gerais, estrutura, coberturas e sistemas hidrossanitários”, ressalta Grandiski.
“Aprendendo com acidentes e falhas nas estruturas de concreto” foi outro tema que despertou as discussões e questionamentos durante o Encontro Sergipano da Engenharia. Com a pergunta ‘o que os acidentes podem ensinar? , o engenheiro civil Paulo Roberto do lago Helene abriu sua palestra. Ele destacou que os erros mais frequentes observados em acidentes estruturais concentram-se basicamente na má avaliação dos carregamentos, na modelização inadequada da estrutura, em detalhamentos errados ou ineficientes, na deficiência e falta de controle de qualidade durante a execução, em sobrecargas excessivas não previstas e na falta de um programa adequado de inspeção e manutenção das obras já concluídas.
“É importante o aprendizado através de erros já cometidos no passado, uma vez que os acidentes estruturais podem e devem servir de base para que os mesmos erros não sejam novamente cometidos no futuro. Na nossa profissão não há espaço para negligência e nem para falta de comprometimento no que está fazendo. É preciso ter responsabilidade”, ressalta Paulo Roberto Helene.