O Brasil e os Países Baixos renovaram, no fim do ano passado, acordo de colaboração científica voltado para os setores de tecnologia e inovação, o que envolve o projeto Ciência Sem Fronteiras e trabalhos em universidades e centros de pesquisas. Os projetos – que serão discutidos neste primeiro semestre de 2013 – basicamente são dedicados à área de bioeconomia, conceito relacionado ao desenvolvimento sustentável, com base em novas relações com a Terra, as pessoas e o mercado, numa atitude de respeito ao meio ambiente.
A cooperação bilateral prevê, por exemplo, programa de pesquisa em agricultura sustentável, o que depende diretamente de técnicas de Engenharia, como a agronômica. “O mundo vai precisar aumentar sua produção de alimentos em 80% até 2050 para sustentar 9 bilhões de pessoas, além de reduzir perdas”, pontua o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), climatologista Carlos Nobre. De acordo com estimativas, a parcela de contribuição do Brasil terá que aumentar em até 30%. “Essa equação só se resolve com o conhecimento científico”, declarou Nobre, ao destacar o interesse de adaptar cidades litorâneas brasileiras às mudanças climáticas. “Nesse aspecto, a Holanda, com certeza, é líder mundial.”
Nesse desafio de aperfeiçoar a produção de alimentos, a área tecnológica contribui com pesquisas e técnicas capazes de aumentar a produtividade, respeitando os princípios de preservação ambiental e da saúde humana. “Os engenheiros, agrônomos, meteorologistas, geólogos e geógrafos, técnicos e tecnólogos dessas modalidades são profissionais que têm notório conhecimento e saber técnico-científico. E muitas vezes a solução para os setores de meio ambiente, agricultura, energia está na área tecnológica”, afirmou o presidente do Confea, eng. civ. José Tadeu da Silva, durante o Congresso Brasileiro de Gestão Pública Municipal, realizado em dezembro em Brasília.
Para o presidente, os profissionais dessas áreas são responsáveis tanto pelo desenvolvimento quanto pela sustentabilidade ambiental do Brasil. “As profissões reunidas pelo Sistema Confea/Crea são de interesse humano, como diz o artigo 1º da nossa Lei nº 5.194/66. Temos um papel social muito grande e, por isso, nos colocamos à disposição da sociedade para garantir qualidade de vida. Nenhum país se desenvolve sem o trabalho da engenharia e da agronomia”, destacou José Tadeu.
Contribuição da Engenharia Agronômica
“Considerando o aumento da população e a questão alimentar, há que se pensar na otimização de aproveitamento de áreas agrícolas, maximizando a produção agrícola em espaços menores e com redução do uso de recursos naturais. E preciso implementar tecnologias respeitando o tripé do economicamente viável, ecologicamente correto e socialmente responsável”, alerta o vice-presidente do Confea, eng. agr. Dirson Arthur Freitag.
Para o assessor da Diretoria Executiva de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, eng. agr. e PhD Jefferson Luís Costa, o maior desafio é atender à questão alimentar, garantir sustentabilidade e, simultaneamente, gerar inovação de modo competitivo.
“É uma equação difícil, mas precisamos, por exemplo, inovar para reduzir a dependência de fontes de energia fóssil. Inovar também para adaptar o país frente às mudanças climáticas globais”, pontuou lembrando que algumas ações já fazem parte do portfólio de mais de 800 projetos em andamento nos centros de pesquisa da Embrapa, como a tropicalização da soja e do trigo.
“Não há no mundo país que seja tão competitivo no setor agrícola e que tenha, ao mesmo tempo, a quantidade de biomas preservados, como é o caso do Brasil. Estamos trabalhando para manter essa equação”, ressaltou o especialista durante a palestra “Avanços e Cenários Futuros para a Agricultura no Brasil”, ministrada no 3º Encontro de Engenheiros do Distrito Federal, em dezembro, no Crea-DF.
Por isso, a excelência no setor de tecnologia e inovação é fundamental para que o Brasil faça a diferença no mercado mundial e torne-se ainda mais competitivo. “Se o profissional não se atualizar constantemente e não for ágil, acaba perdendo os alvos na agricultura, que hoje são móveis, eles se modificam com frequência”, afirmou Jefferson Costa.
De acordo com o diretor do Centro Tecnológico da Universidade de Brasília (UnB), eng. mec. e PhD Antônio Brasil Júnior, que também participou do Encontro de Engenheiros, a inovação tem que ser a tônica da Engenharia.
“No dia a dia, temos que transformar a velha Engenharia, rever nosso papel, buscar nichos nas novas tecnologias e nos preocuparmos com a competitividade e o mercado global. O engenheiro tem que estar atento a essas questões para não parar no tempo”.
Fonte: Julianna Curado – Equipe de Comunicação do Confea, com informações do MCTI.
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