Desde 2009, o Brasil detém o indesejável título de maior consumidor mundial de agrotóxicos, com uma média de um milhão de toneladas por ano, o equivalente a 5,2 kg de veneno por habitante. A política do uso indiscriminado dessas substâncias no País é o foco das discussões, palestras e debates que vão ocorrer em Sergipe no período de 11 a 13 deste mês durante o II Encontro Regional de Engenheiros Agrônomos do Nordeste (AgroNordeste) e o XI Encontro Estadual de Engenheiros Agrônomos de Sergipe.
O evento promovido pela Associação dos Engenheiros Agrônomos de Sergipe – AEASE e a Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil – CONFAEAB e que tem o apoio do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE); Confea e Mútua vai reunir no auditório da AEASE engenheiros e especialistas do Estado e de várias regiões do País. Com o tema ‘Agrotóxicos, Alimentos e Meio Ambiente’ a iniciativa tem como meta ampliar as discussões sobre a produção de alimentos e o uso dessas substâncias químicas no processo produtivo, além de fomentar o debate em torno das alternativas mais sustentáveis.
O presidente do Crea-SE, engenheiro agrônomo Arício Resende ressalta a importância do evento, principalmente diante do crescente mercado de agrotóxico no País. “Enquanto nos últimos dez anos o mercado mundial desse setor cresceu 93%, no Brasil, esse crescimento foi de 190%”, disse ele tendo por base dados divulgados pela Anvisa.
Ele também alerta para o impacto dos agrotóxicos na saúde. “É preocupante a contaminação dos produtos agrícolas que pode afetar a saúde humana e animal, além dos impactos que causam no ambiente. Pesquisas divulgadas recentemente mostram que 70% dos alimentos in natura consumidos no Brasil estão contaminados por agrotóxicos”, alerta o presidente do Crea-SE ao frisar que em meio a pressão econômica pelo crescimento da produção agrícola é fundamental discutir o grave problema dos agrotóxicos que ameaça tanto a presente quanto as futuras gerações. “ É importante a participação de toda a sociedade nos debates em torno da política de agrotóxicos e o II AgroNordeste abre o espaço para esta discussão”, afirma
A solenidade de abertura do evento acontece na quarta-feira (11/11) com a presença dos presidentes do Confea, José Tadeu da Silva; da Mútua, Paulo Roberto de Queiroz Guimarães; da AEASE, Naum de Araújo; da CONFAEAB, Ângelo Petto Neto; do Crea-SE, engenheiro agrônomo Arício Resende; representantes dos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia; representantes do Governo de Sergipe e convidados em geral.
Já o ciclo de debates e palestras inicia na quinta-feira (12/11) com quatro importantes temas: “O papel do engenheiro agrônomo na produção de alimentos saudáveis”; “Política de Agrotóxicos- uso e consequências”; “Comportamento evolutivo da Agroecologia” e “Meio Ambiente e Produção Sustentável). Confira a programação