A apresentação do projeto da obra de construção da Ferrovia Transnordestina marcou o encerramento dos debates técnicos da 72ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia (Soea), em Fortaleza (CE). Ministrada pelo ex-prefeito da capital, ex-governador e atual presidente da empresa responsável pela obra da ferrovia, Ciro Gomes identificou a obra como “prodígio da Engenharia brasileira.”
Com 1.753 quilômetros de extensão, a ferrovia integrará os estados do Ceará, Piauí e Pernambuco aos portos do Pecém (CE) e de Suape (PE), possibilitando o escoamento da produção agrícola e de minério do sertão nordestino, passando por 81 municípios. “Trata-se da maior obra linear e a maior obra ferroviária do mundo em andamento”, afirmou.
A execução é da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal. O orçamento passou de R$ 4,5 bi em 2004, para R$ 7,5 bi em 2007, e R$ 11,2 bi em 2014, incluindo aditivos e mudanças de traçados. 600 km já estão concluídos e outros 600 estão em execução. O ritmo é de 1,2 km/dia, com previsão de conclusão em 47 meses.
Será necessário criar uma cultura ferroviária que ainda não existe na região. É um cenário que precisa ser visualizado e dominado para gerar oportunidades e manter a competividade dos nossos produtos no mercado nacional e internacional”, pontou o palestrante.
Em operação, a ferrovia terá capacidade para transportar até 30 milhões de toneladas por ano, incluindo produtos como ferro, combustível, grãos, algodão e outros, operando com terminais intermodais. A capacidade inicial será de 14 milhões de toneladas por ano e o retorno financeiro a partir do sétimo ano.
“100% do projeto e execução são da Engenheira brasileira. Por outro lado, 100% dos equipamentos utilizados na construção são estrangeiros, com a atuação de 6.400 trabalhadores”, acrescentou Ciro Gomes.
Adriano Comin