Durante três dias membros da Comissão de Educação e Atribuição Profissional (CEAP) do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) estiveram reunidos na sede do Crea-SE. A proliferação de cursos e títulos na área de Engenharia e a Educação à Distância foram algumas das pautas colocadas em discussão na reunião encerrada na sexta-feira (27/3). Ao todo foram avaliados 67 processos também referentes a diplomas de estrangeiros, cadastro de cursos e atribuições profissionais. Desse total, 23 serão encaminhados para análise e votação na sessão plenária do Confea prevista para os dias 15, 16 e 17 do mês de abril.
O coordenador da Comissão de Educação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia
de Sergipe (Crea-SE), o engenheiro civil, Jorge Sotero deu o sinal de alerta para a atual situação. Ele ressalta a necessidade de equalizaras diretrizes curriculares e uniformizar as nomenclaturas de cursos. “As instituições de ensino superior tem autonomia para criar cursos, mas estão surgindo muitos títulos de engenharia duvidosos, que não são da área tecnológica”, disse ele.
De acordo com Sotero não são raras às vezes que o Crea só fica sabendo da existência do curso quando este já está implementado e as turmas se formando. “O resultado dessa situação é que algumas vezes o Crea não pode registrar os cursos por não terem qualquer afinidade com a Engenharia”, reforça ao ressaltar a necessidade do Sistema Confea/Crea estreitar o relacionamento junto ao Ministério da Educação, no sentido de chegar a um consenso para estabelecer novos paradigmas para a formação das áreas
tecnológicas.
O Subprocurador consultivo do Confea, João Augusto Lima destacou como uma das dificuldades das Comissões de Educação do Sistema Confea/Crea , a atribuição profissional dos profissionais em consequência da criação indiscriminada de cursos e de titularidades na área de Engenharia. “Na hora de conceder o registro aos egressos das universidades é que se tem a ideia do problema existente. Como já dissemos aqui, muitas vezes o Crea só fica sabendo da existência do curso quando a turma já está se formando. Essa situação cria um hiato entre a formatura do egresso e o cadastramento do curso gerando um grande problema para todos os envolvidos no processo”, avalia ele.
De acordo com o subprocurador, a Comissão de Educação e Atribuição Profissional (CEAP) está adotando ações de aproximação com o MEC para tentar criar mecanismo com o objetivo de evitar esse tipo de situação e conseguir ter um planejamento para fazer, em tempo hábil, o cadastramento dos cursos.
“As universidades e o Conselho têm uma responsabilidade grande e integrada. Temos este compromisso assumido, de estreitar as ligações com as Instituições do setor tecnológico, discutindo a qualidade do ensino, a proliferação de cursos, por isso a importância dessas reuniões”, resume o coordenador da Comissão de Educação e Atribuição Profissional (CEAP) do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), o engenheiro mecânico, Gustavo Braz.
Outro ponto destacado durante os três dias de reunião foi à validação do diploma de estrangeiros. Nesse contexto foram avaliados 12 diplomas, sendo que 11 foram aprovados. De acordo com Gustavo Braz, o Confea não faz qualquer objeção à entrega de registro aos profissionais estrangeiros. Não existe qualquer bloqueio ou impedimento à atuação dos profissionais de qualquer nacionalidade, desde que a emissão de registro profissional obedeça aos critérios legais vigentes.
A segunda reunião ordinária da Comissão de Educação e Atribuição Profissional (CEAP) do ConselhoFederal de Engenharia e Agronomia (Confea) contou também com a participação dos conselheiros Daniel Salati e Célio Moura Ferreira, além do assistente técnico, Fábio Merlo. Também participaram das discussões, o representante da Faculdade Pio X, o conselheiro eletricista Murilo Andrade; a assessora da Presidência do Crea-
SE, Ruskaja Cunha Sadrin ; o coordenador da Câmara de Agronomia, do Crea-SE, Laerte Marques da Silva e o conselheiro e engenheiro civil Ronald Donald.