O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (CREA-SE) é um dos parceiros do Fórum Sergipano de Combate aos Impactos do Veneno Agrícola lançado na última quinta-feira (26/2) pelo Ministério Público do Trabalho em Sergipe sob a coordenação conjunta dos Ministérios Públicos Federal e Estadual. A situação atual do uso do receituário agronômico no Brasil foi um dos assuntos destacados no evento.
Na ocasião, o procurador do Trabalho, Manoel Adroaldo Bispo ressaltou a importância da participação do CREA-SE no Fórum como órgão fiscalizador no combate ao uso indiscriminado de veneno agrícola. O Procurador apontou que há uma grande diferença entre o que está previsto na lei e na ética e o que realmente acontece. Segundo ele, muitas pessoas com acesso ao receituário deixam guias já assinadas nos estabelecimentos de vendas de produtos, o que banaliza sua utilização. O Procurador ressalta que o correto é o acompanhamento do responsável técnico desde a emissão do receituário, até a aplicação do produto. ” O controle do uso indiscriminado de agrotóxicos é algo complexo, fato que justifica a participação de todos os órgãos e a união de esforços, disse.
“É fundamental mostrar a importância da utilização do receituário agronômico para promover o uso sustentável de agroquímicos e consequente bem estar para produtor e consumidor com o uso sustentável desses produtos”. É o que ressalta a engenheira agrônoma Marina Franca Lelis Bezerra que representou o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe no evento. A engenheira frisou ainda o grande malefício sócio ambiental que representa o uso indiscriminado de agrotóxicos se fazendo assim imprescindível somar forças entre um amplo espetro de instituições públicas privadas e da sociedade civil, de maneira a dar visibilidade à problemática e avançar nas formas de combater diversos malefícios evidentes e ocultos causados pelos agrotóxicos.
De acordo com o coordenador do Fórum Nacional de Combate aos Impactos do Veneno Agrícola, Pedro
Serafim, que também participou do evento, no Brasil, maior consumidor de veneno agrícola do mundo, houve um aumento de 190 em sua utilização nos últimos anos. “Mundialmente o incremento foi de 98% e o Brasil responde por 20% do consumo mundial”, afirma ele.
Em seu discurso, Pedro Serafim disse ainda que esses produtos têm sido utilizados de forma
indiscriminada e sem que as informações sobre os riscos de uso e manipulação sejam devidamente prestadas. “A população brasileira consome, hoje em dia, 5,2 litros de agrotóxicos por pessoa por ano. É um dado alarmante. Já foi até encontrado princípios ativos dos mesmos na água da chuva”, lamentou Pedro Serafim.