O mercado dos orgânicos está em crescimento no Brasil. Estimativas do Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD) mostram que o setor movimentou R$ 1,5 bilhão em 2013 e há a expectativa desse número chegar a R$ 2 bilhões este ano. Essa evolução anima os empreendedores, mas não é nem de longe a maior preocupação desse grupo, que está mesmo de olho no impacto da produção no meio ambiente e na vida das pessoas envolvidas no processo.
Um desses empreendedores é Ricardo Corrêa, que criou, com a mulher Valéria Rinaldi, a Wheat Organics. O casal aplicou no negócio o conceito de biopadaria com foco na saúde. De acordo com Corrêa, hoje as padarias estão mais para loja de conveniência e vendem uma grande variedade de produtos, inclusive cigarros e bebidas alcoólicas. No entanto, a proposta de uma biopadaria é vender apenas itens que não fazem mal, além de incluir ações sustentáveis no dia a dia. “Esse é o DNA. É uma padaria do bem, saudável”, conta.
Atualmente, Corrêa estuda o plano de expansão da marca. “Temos uma vocação para expandir até por conta da visão de futuro que escolhemos, de beneficiar mais pessoas com alimentação saudável localmente. Para isso, teremos que estar em outros lugares”, afirma. E para quem pretende atuar na área, o empresário acredita que o mercado de padarias orgânicas tem espaço para crescer. “Encorajo outros empreendedores a fazer isso de forma planejada, direcionada, conhecendo bem o público para quem ele quer oferecer (produtos).”
Já o francês David Ralitera atua na produção de alimentos orgânicos. Ele chega a cultivar 80 tipos de plantas ao longo do ano, como abobrinha e escarola, na fazenda Santa Adelaide. Mas ele gosta mesmo é de pesquisar plantas diferenciadas, como as cenouras coloridas ou o tomate coração de boi. Ralitera veio ao Brasil para trabalhar como executivo da área de propaganda. Depois de atuar na área em São Paulo, resolveu transformar sua vida e mudou-se para uma fazenda em Morungaba, interior de São Paulo. “Sou exatamente um cara que aceitou ser estagiário depois de 25 anos de carreira. Estou aprendendo”, diz.
O produtor francês trabalha atualmente com a entrega de cestas com itens nas casas dos consumidores, fornece para restaurantes, marca presença em feiras orgânicas e também vende produtos feitos a partir das frutas plantadas na fazenda, como por exemplo geleias. No caso de Leandro Farkuh, o negócio orgânico começou com barras de cereais. “Meu pai e irmão criaram a segunda empresa de barrinhas no Brasil, só que naquele momento o mercado era pequeno e acabou não dando certo. Em 1999, eu reativei esse negócio”, lembra.
No início, a produção era toda voltada para outras marcas. Mas o fato dos pedidos incluírem produtos artificiais incomodava Farkuh, que passou então a interessar-se pelos produtos orgânicos e criou sua própria marca, a biO2. Além das barrinhas, a empresa vende cereais, balas energéticas, snacks, chás e suplementos. “A evolução da empresa mostra a evolução do próprio mercado. O começo foi muito difícil e nossa aposta era no mercado externo. Hoje, a conscientização do consumidor está muito rápida e a demanda do mercado interno é crescente.” Boa notícia para empreender.
Fonte: Estadão
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