A NASA anunciou os instrumentos científicos que irão a Marte a bordo da missão Mars 2020. O robô, ainda sem nome, e que será basicamente uma cópia atualizada do Curiosity, que está explorando Marte desde 2012, levará uma carga menor e mais leve de instrumentos, mas com algumas capacidades que faltam ao seu antecessor. Agora os objetivos são mais claros em termos de determinar a habitabilidade potencial do ambiente marciano e procurar diretamente sinais de vida ao longo da história de Marte – se o Curiosity é um robô-geólogo, seu irmão mais novo será um misto de robô climatologista, biólogo e geólogo.
Enquanto os equipamentos científicos do Curiosity pesam 75 quilogramas – e custaram US$180 milhões – o novo robô terá uma carga científica de apenas 40 quilogramas – a um custo de $130 milhões. O objetivo é deixar espaço e capacidade de carga para amostras que o robô coletará pelos diversos lugares por onde passar em Marte. Segundo a NASA, essas amostras serão recuperadas e trazidas à Terra em uma missão futura, ainda não especificada, mas com a possibilidade de que elas sejam recolhidas pelos astronautas de uma pretensa missão tripulada.
A grande estrela dos experimentos será um “gerador de oxigênio”, que testará uma tecnologia que poderá ser usada no futuro por astronautas. Segundo a NASA, “os projetistas das futuras expedições humanas poderão usar esta missão para entender os perigos representados pela poeira marciana e demonstrar tecnologias necessárias para processar o dióxido de carbono da atmosfera para produzir oxigênio”. Além de poder ser usado para respiração humana, o oxigênio produzido em Marte poderá ser usado como oxidante para combustível de foguetes, diminuindo a carga a ser levada por missões tripuladas para utilização no retorno à Terra.
Veja abaixo os instrumentos científicos que deverão ir a Marte em 2020.
Mastcam-Z
Basicamente o mesmo “pescoço” do Curiosity, com uma câmera atualizada com capacidade de visão panorâmica, estereoscópica (3D) e zoom.
SuperCam
Um instrumento capaz de capturar imagens, fazer análise da composição química e mineral das rochas e do solo, detectar a presença de compostos orgânicos em rochas e na poeira superficial – tudo à distância.
PIXL – Instrumento Planetário para Litoquímica por Raios X
Um espectrômetro de fluorescência de raios X que inclui um gerador de imagens com alta resolução para determinar a composição elementar dos materiais da superfície de Marte, o que permitirá a detecção e análise dos elementos químicos de forma mais detalhada do que a realizada pelos robôs anteriores.
SHERLOC – Varredura de Ambientes Habitáveis com Raman e Luminescência para Produtos Orgânicos e Químicos
Um espectrômetro que irá gerar imagens em alta resolução. O aparelho irá utilizar um laser ultravioleta para determinar a mineralogia e detectar compostos orgânicos.
MOXIE – Experimento Oxigênio em Marte
Tido como a grande estrela dessa missão, o equipamento testará uma tecnologia inovadora para produzir oxigênio a partir do dióxido de carbono atmosférico de Marte.
MEDA – Analisador Dinâmico do Meio Ambiente de Marte
Um conjunto de sensores que farão uma análise sem precedentes do clima de Marte, incluindo medições de temperatura, velocidade e direção do vento, pressão atmosférica, umidade relativa do ar e tamanho e forma das partículas de poeira.
RIMFAX – Radar para Exploração Subterrânea de Marte
Um radar capaz de penetrar no solo, produzindo mapeamentos com resolução em escala de centímetros das estruturas geológicas de subsuperfície.
Exploração de Marte
A missão Marte 2020 é parte do Programa de Exploração de Marte da NASA, que começou com os robôs Spirit, Opportunity e Curiosity, além das sondas orbitais Odyssey e MRO (Mars Reconnaissance Orbiter), atualmente em órbita do planeta, e da sonda MAVEN, que deverá chegar ao planeta vermelho em setembro para estudar a alta atmosfera marciana. Em 2016, a missão InSight, uma sonda fixa que pousará na superfície de Marte, vai fazer os primeiros estudos sobre o interior profundo do planeta. A NASA também está participando das missões ExoMars da ESA (Agência Espacial Europeia), previstas para 2016 (sonda orbital) e 2018 (robô).
Fonte: Instituto Engenharia
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