Sergipe já concluiu 56% do levantamento de informações dos Recursos Florestais para a composição do Inventário Florestal de Sergipe. Dos 177 pontos amostrais, que fazem parte do processo de verificação das áreas estabelecidas pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), restam agora 84 pontos para a finalização do instrumento que tem como objetivo fomentar e aprimorar a implementação de políticas públicas para a conservação das florestas sergipanas. O Inventário Florestal está sendo executado desde o mês de fevereiro por técnicos da Flora Nativa, empresa contratada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), por meio de processo de licitação.
Segundo o supervisor do Inventário Florestal de Sergipe, Danivio Batista Carvalho, os trabalhos para a concretização do instrumento estão na metade, uma vez que ele foi dividido em quatro etapas. “Nossa perspectiva é que, até o final de agosto, todo levantamento esteja pronto, uma vez que já entregamos à Semarh os dois primeiros produtos”, afirma. Ele enfatiza, ainda, que, durante a última quarta-feira, dia 11, a equipe contratada realizou um levantamento no conglomerado 125, área que fica situada na cidade de São Cristóvão. “Essa foi uma área de floresta madura, tendo, por sua vez, uma baixa antropização. Após coletar todos os dados dessa região, iniciaremos, nesta semana, o levantamento na região do Agreste e Sertão sergipano”, comenta. Sobre o processo do levantamento de dados nas regiões do Leste e Sul sergipano, a auxiliar de supervisão Denise Mayara da Silva afirmou que poucas vezes a equipe encontrou dificuldade em relação ao acesso dos locais. Citou que, em cada ponto, as equipes estão fazendo o trabalho biofísico da área. “Eles adquirem informações como número, altura, diâmetro e espécies de árvores, tipo de solo, estoque de carbono e Biomassa”, descreve.
Contribuição
Outro ponto importante avaliado pela auxiliar de supervisão é em relação à contribuição das pessoas diante da execução dos trabalhos. Segundo ela, os técnicos estão realizando pesquisa socioambiental para conhecer a relação das populações locais com a floresta. “Percebemos que os populares estão realmente preocupados com a situação das áreas. Por muitas vezes, eles deram exemplos de como a área era antes e como está agora, sendo isso um fator bastante significativo”, cita Denise Mayara. Ela apontando, também, que a população está disposta a contribuir na conservação e preservação do Meio Ambiente. Satisfeito com o levantamento em campo das Florestas do Estado como parte do Inventário Florestal Nacional (IFN), o secretário da Semarh, Genival Nunes, externa que Sergipe vive um marco na história do Sistema Estadual de Meio Ambiente, já que o Governo investiu, em média, R$ 1 milhão em favor da sustentabilidade ambiental e qualidade de vida da população. “Além de gerar informações sobre a quantidade e a qualidade das Florestas em Sergipe, o inventário tem o objetivo de saber como a população se relaciona com esse recurso natural. Todos os dados levantados serão fundamentais, uma vez que as Florestas são fontes de lenha, carvão, madeira, frutas, produtos medicinais e, extremamente importantes na regulação do Clima, da chuva, do carbono, entre outros”, diz o secretário.
Informações
Na década de 1980, o Brasil realizou a primeira e única edição de um inventário florestal nacional, cujo objetivo principal era gerar informações sobre os estoques de madeira de Florestas naturais e plantadas. Mais recentemente, com o reconhecimento da floresta em seus múltiplos usos para a produção de bens e serviços ambientais e sociais, e o surgimento de novas tecnologias, alguns Estados brasileiros tomaram a iniciativa de realizar os inventários florestais estaduais deles, como é o caso do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Apesar da iniciativa dos Estados ser positiva, para um país com a dimensão e as características do Brasil, a alternativa mais apropriada é produzir informações sobre as Florestas utilizando um sistema de abrangência nacional. Em 2005, o Ministério do Meio Ambiente (Programa Nacional de Florestas) retomou o tema iniciando a elaboração de um novo projeto para o IFN, motivado pela importância estratégica dos Recursos Florestais, tanto em escala nacional quanto global, e a atual falta de informações qualitativas e quantitativas sobre as Florestas.
O processo de elaboração do projeto do novo Inventário Nacional começou em 2005, quando o Ministério do Meio Ambiente realizou uma oficina de trabalho para identificar os principais componentes e procedimentos metodológicos a serem considerados no projeto. A reunião contou com especialistas de todo o País e apresentações de experiências nacionais e internacionais sobre o tema. A partir dos resultados dessa oficina, um grupo de trabalho concebeu uma primeira versão do projeto, que foi apresentada em nova oficina realizada em dezembro de 2006. Na mesma data, o IFN foi discutido na Comissão Nacional de Florestas (Conaflor). Desde então, o Serviço Florestal Brasileiro tem trabalhado para detalhar todos os procedimentos de coleta de dados visando à implementação do Inventário Florestal Nacional no Brasil.
Fonte: Jornal da Cidade
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