A exportação de etanol do Brasil na atual temporada 2014/15 deve atingir 1,7 bilhão de litros, queda de cerca de 35 por cento ante o ciclo anterior, principalmente em função de menores embarques para os Estados Unidos, estimou nesta quarta-feira o presidente da SCA Etanol do Brasil, uma das maiores tradings do país.
Segundo ele, as exportações para os EUA, principal mercado para o produto brasileiro, deverão cair com a redução da cota do governo norte-americano para a importação dos chamados biocombustíveis avançados.
“A exportação vai dar uma recuada em razão, principalmente, da cota menor que a EPA (órgão de proteção ambiental dos EUA) está propondo”, disse a jornalistas Martinho Seiiti Ono, presidente da SCA, no intervalo de evento do setor em São Paulo.
A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA, na sigla em inglês) propôs uma diminuição nas cotas obrigatórias para uso de biocombustíveis avançados –categoria na qual o etanol do Brasil é incluído–, diante de demanda da indústria que alega dificuldades em cumprir as cotas impostas pelo governo. Ele lembrou que, anteriormente, a meta para biocombustíveis avançados dos EUA era de 2,75 bilhões de galões no ano passado e, neste ano, seria de 3,75 bilhões de galões. A nova cota proposta pela EPA é de 2,2 bilhões de galões.
“Isso vai fazer nossas exportações caírem. No ano passado, três quartos de nossas exportações de etanol foram para os Estados Unidos”, avaliou. O executivo também destacou que o preço mais remunerador no mercado interno estimula a indústria a manter mais produto no país.
“A perspectiva de oferta mais curta pressupõe preço (do etanol) apreciado… Neste instante, o mercado interno está remunerando melhor do que o americano”, disse o Seiiti Ono. O executivo estima que, atualmente, o preço médio de venda no Brasil esteja em torno de 1,40 a 1,45 real, contra um valor médio do anidro exportado para os EUA de 1,25 reais.
Para o etanol hidratado (usado nos carros flex), o executivo estimou um preço médio cerca de 8 por cento mais alto do que no ano passado, por conta de uma crescente demanda no mercado interno.
Fonte: Exame
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