Parlamentares condenam atribuição do atraso de obras dos aeroportos aos engenheiros

 

Em recentes declarações a um site de notícias, o ministro da Aviação Civil, Wellington Moreira Franco, atribuiu a “projetos de baixa qualidade” e aos engenheiros brasileiros “ruins” a culpa pelo atraso nas obras de seis dos 12 aeroportos brasileiros em capitais que receberão a Copa do Mundo no próximo ano. A declaração sobre os engenheiros brasileiros ganhou repercussão não só na mídia como também no Congresso Nacional.

Em audiência nessa terça-feira, 5, na Comissão de Seguridade Social e Família, além de defender a legitimidade dos conselhos profissionais, o presidente José Tadeu rebateu as declarações do ministro Moreira Franco e foi apoiado pelos deputados presentes. “Desde 2007 sabemos que a Copa seria aqui e, certamente, se houvesse um engenheiro à frente do ministério não haveria necessidade de achar um culpado, já que existiria um planejamento em execução”, contestou Tadeu, que também publicou um artigo repudiando as falas do ocupante da pasta da Aviação Civil.

Deputados condenam declaração de ministro contra engenheiros

O deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) considerou uma agressão do governo aos profissionais. “O governo está atrelando sua incompetência a uma categoria – engenheiros –  que é  reconhecida mundialmente pelo trabalho que desenvolve no Brasil e no exterior”, disse Mandetta.

 

Já o deputado Alexandre Rosso (PSB-RS) prevê que essa crítica do ministro tem como objetivo “demonizar” uma categoria de profissionais para que em seguida abram o mercado brasileiro para os profissionais estrangeiros. “Esse foi o ‘modus operandi’ do governo para implantar o programa ‘Mais Médicos’.Desqualifica os nossos profissionais e recepciona os de outros países”.

 

O presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, deputado Dr. Rosinha (PT- PR), ponderou que se há um atraso em uma obra não se pode generalizar, pois pode ser responsabilidade do profissional, da empresa ou até do contratante. “Qualquer declaração de autoridade, seja ministro ou não, é preciso que se tenha cuidado para não generalizar”, disse Dr. Rosinha.

 

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) avaliou como infeliz a declaração do ministro Moreira Franco. “O que atrasa as obras é a burocracia, a falta de prazo para obtenção de licenças. Nessa declaração do ministro houve uma transferência de responsabilidades”, avaliou Pimenta.

 

Fonte: Fernanda Pimentel – Equipe de Comunicação do Confea


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