O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe (Crea-SE) vai disponibilizar, a partir desta segunda-feira (10), o novo Sistema Digital de Receituário Agronômico. A ferramenta vai agregar diversas informações consideradas essenciais para o controle do comércio e aplicação de agrotóxicos no Estado de Sergipe. O instrumento traz uma metodologia prática e dinâmica que facilitam a prescrição da receita agronômica por parte dos profissionais da engenharia agronômica e florestal e ampliam a fiscalização para segurança da sociedade, do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável da agropecuária sergipana.
De acordo com o gerente de Tecnologia de Informação do Crea-SE, Karlos Edwardo Xavier Góis, todos os dados registrados no Sistema serão cruzados com informações de vários órgãos de fiscalização, a exemplo da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) que desenvolveu um sistema que faz a integração dos dados do receituário com dados fiscais, informações de descarte e outros.
“Vamos trabalhar com o compartilhamento de informações e gerar um banco de dados detalhado, cujo acesso vai ser liberado para todos os Crea’s que tenham interesse em fazer uso do novo sistema digital de receituário agronômico”. É o que afirma Karlos Edwardo ao ressaltar que a iniciativa torna o Crea-SE uma referência nesse instrumento de controle de aplicação e de comercialização de agrotóxicos.
A assessora técnica do Crea-SE, engenheira agrônoma Paula Braz, explica que o Sistema terá 120 produtos (agrotóxicos) cadastrados. “Para cada tipo cultura diagnosticada, o Sistema automaticamente disponibilizará o produto adequado e o quantitativo indicado na bula”, afirma ela. Conforme prevê a legislação dos agrotóxicos, os dados disponibilizados no Sistema também vão mostrar o tipo de produto usado, a quantidade comercializada, identificar a propriedade rural que adquiriu o agrotóxico e a dosagem prescrita pelo profissional.
O presidente do Crea-SE, engenheiro agrônomo Arício Resende Silva reforça que o novo Sistema vai possibilitar ampliar a fiscalização sobre o comércio e uso de agrotóxicos e ressalta a importância da atuação dos profissionais neste processo. “O papel do profissional não se limita a indicar o agrotóxico correto para o problema que se lhe apresenta. A prescrição da receita agronômica representa uma autorização para o agricultor – um leigo – aplicar um agrotóxico, produto potencialmente perigoso à saúde humana e ao ambiente. É fundamental que o profissional leve em consideração todos os fatores que estão envolvidos na prescrição e uso dos agrotóxicos”, alerta Arício Resende.
Anotação de Responsabilidade Técnica
Para que seja possível a emissão de uma receita agronômica é necessário a ART (Anotação de Responsabilidade Técnica). Cada ART corresponde a 50 receitas. Conforme dados do Crea-SE, no ano de 2019 foram registradas 520 ART’s, o que representam 26 mil receitas agronômicas emitidas. Já no primeiro semestre deste ano foram registradas 325 ART’s, o que correspondem a 16.250 receitas.