Uma obra de cerca de 290 quilômetros esperada há décadas pelos sergipanos e que poderá, através da irrigação, redefinir a trajetória de desenvolvimento de todo o semiárido beneficiando a capacidade produtiva e a evolução social em diversos municípios sergipanos. Essa é a descrição que pode ser utilizada para definir a importância do Canal de Xingó que foi foco principal de um debate promovido neste fim de semana pela Associação de Engenheiros Agrônomos de Sergipe (AEASE).
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de
Sergipe (Crea-SE), engenheiro agrônomo Arício Resende participou do evento e destacou a importância do projeto para o desenvolvimento do semiárido sergipano. “O Canal de Xingó trará o desenvolvimento da agricultura irrigada, fortalecimento do sistema de pecuária leiteira, agroindústria, apicultura e piscicultura. Em soma, ainda alavancará o potencial turístico em toda área que cobre a região dos cânions de Xingó”, ressalta ele ao acrescentar que projeto Xingó pretende maximizar a oferta de recursos hídricos no Sertão sergipano a fim de melhorar os Índices de Desenvolvimento Humano (IDHs) na região.
O evento contou com a presença da presidente da Codevasf, Kênia Marcelino, e do diretor de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura, Marco Aurélio Diniz, além de diversos políticos entre senadores, deputados estaduais e federais da bancada de Sergipe, personalidades e autoridades.
“O que viemos discutir com o Governo do Estado foi a elaboração do projeto básico para a execução da obra do Canal de Xingó, da primeira etapa desse projeto que envolve 114km e passa por alguns municípios da Bahia e outros de Sergipe. Nesse primeiro momento, estamos
priorizando a execução do projeto, pois, para a obra, os recursos ainda não estão assegurados. O que é importante frisar é que, nesse momento, percebemos uma união e coesão muito grande entre os governos federal, estadual e municipal, com o Congresso Nacional e a sociedade organizada de uma forma geral em torno desse projeto, que vai trazer desenvolvimento para Sergipe. Percebemos que é um momento ímpar para que o estado se junte e una esforços para conseguir viabilizar os recursos da monta de R$ 870 milhões para a execução da primeira etapa da obra”, disse Kênia Marcelino.
A presidente espera que, até o final de outubro ou começo de novembro, o projeto já esteja concluído. “Assim, tentaremos viabilizar junto ao Congresso uma emenda de bancada para iniciarmos essa obra já no ano de 2018. Porém, mais uma vez digo que, para que as obras sejam iniciadas, precisaremos de dotação orçamentária e por isso, mais do que nunca, esperamos a união do Estado para conseguirmos viabilizar os recursos. Vamos tentar viabilizar quer seja através de recursos da União, ou por emendas de bancada”, explicou.
O gerente de Implantação de Obras da diretoria de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura da Codevasf, Luiz Augusto Fernandes fez uma ampla e detalhada explanação sobre o “Canal Xingó – Concepção Técnica, Potencialidades e Perspectivas”. Ele explicou que a primeira fase do Canal do Xingó inclui os primeiros 114,55 quilômetros do empreendimento, que vai desde a captação de água no reservatório de Paulo Afonso IV (BA), passando por Santa Brígida (BA) e Canindé de São Francisco (SE), até o antigo reservatório R-5 em Poço Redondo (SE).
Quando concluídas as duas fases da obra, o canal terá extensão prevista de 290 quilômetros. “O canal irá fornecer água para usos múltiplos, incluindo consumo humano, agricultura irrigada, dessedentação animal e agroindústrias”, explicou Carlos Hermínio, responsável por acompanhar as ações relativas ao Canal do Xingó em Sergipe. A segunda fase do empreendimento irá partir de Poço Redondo e prosseguir pelos municípios sergipanos de Porto da Folha, Monte Alegre de Sergipe e Nossa Senhora da Glória.