Energia nuclear responde por 16% da geração de energia no mundo. Nos Estados Unidos, esse valor é de 20%. No Brasil, o urânio responde por 1,8% da matriz energética brasileira. Ao mesmo tempo, o Brasil é a sexta reserva mundial em urânio do mundo, ficando atrás de apenas Austrália, Cazaquistão, Canadá, África do Sul e Namíbia.
Esses foram alguns dos dados apresentados na manhã da quarta-feira, 24, aos conselheiros federais de Engenharia e Agronomia, durante abertura de Sessão Plenária do Confea, em palestra ministrada pelo especialista em engenharia nuclear Gunter de Moura Angelkorte. “Quero deixar claro que entendo que a energia nuclear é apenas mais uma opção que é colocada para a sociedade brasileira. De forma alguma colocamos que ela deva ser hegemônica na matriz energética”, esclareceu no início da apresentação. “Temos o recurso natural – o urânio, temos o conhecimento técnico. Falta a decisão: vamos ou não utilizar essa energia?”, afirmou Angelkorte, funcionário da Eletronuclear há 35 anos.
Acesse aqui a apresentação completa: A Energia Nuclear no Brasil e no Mundo.
Angelkorte apresentou como funciona uma usina nuclear, quais são as camadas de proteção de um reator, fez um panorama sobre a energia nuclear no Brasil e comparou com o cenário mundial. “O consumo de energia elétrica per capita no Brasil é a metade do de Portugal. Somos inferiores em consumo à Argentina. O consumo ainda é muito baixo para que a sociedade brasileira possa dispor do conforto mínimo necessário. Mais de 50% do esgoto do Brasil não é tratado. Alguém conhece alguma forma de tratamento de esgoto que funcione sem energia elétrica? O crescimento econômico exige oferta de energia”, ponderou.
Angelkorte defende que o aumento da oferta energética tem influência sobre o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e sobre a expectativa de vida. “Temos uma quantidade considerável da matéria prima [urânio] a ser explorada. Cabe à sociedade brasileira definir se vamos utilizar essa energia ou não”, completou.
Após questionamentos dos participantes, o palestrante esclareceu sobre os acidentes de Fukushima e Chernobyl e sobre os sistemas de segurança das unidades nucleares brasileiras. Para o presidente do Confea, eng. civ. José Tadeu, a palestra foi enriquecedora. “Com a proliferação de armas nucleares e com os acidentes que ocorreram, a sociedade brasileira passou a associar energia nuclear com contaminação radioativa e impacto ambiental. Mas temos que lembrar que a energia nuclear pode ser uma ferramenta de crescimento do país”, disse.
Meio ambiente
Na palestra, Angelkorte colocou, ainda, a posição do Brasil em tratados internacionais e a regulamentação sobre destinação final de rejeitos radioativos (Lei n. 10.308/2001). “A maior parte dos dejetos nucleares no Brasil não são produzidos nas usinas nucleares – eles vêm da área médica”, explicou.
Na apresentação, o engenheiro destacou também a posição de um dos fundadores do Greenpeace, Patrick Moore, que defende que há evidência científica que demonstre a segurança ambiental da energia nuclear. “Tendo que escolher entre energia nuclear de um lado e carvão, óleo e gás natural do outro, a energia nuclear é de longe a melhor opção, já que não emite CO2 ou qualquer outro poluente no ar”, defende Moore.
Fonte: Beatriz Leal – Equipe de Comunicação do Confea
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