A situação da Engenharia dentro do atual contexto político-econômico do Brasil foi um dos principais assuntos destacados pelo vice-presidente do Confea, Daniel Antônio Salati durante visita ao presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Sergipe, Arício Resende. O encontro, ocorrido na semana passada, na sede do Conselho também contou com a presença do presidente do Confaeab, Angelo Petto Nego.
Daniel Antônio destacou a preocupação do Confea diante do atual quadro de escândalos e corrupções envolvendo obras públicas. “A engenharia tem contribuído bastante para o País, porém o que tem atrapalhado é a influência política na questão do uso dos recursos financeiros, uma situação que chega a colocar em xeque a qualidade das obras realizadas”, disse ele ao alertar que a corrupção está dissolvendo as empresas e promovendo um preocupante desmonte do quadro técnico.
O vice-presidente do Confea explica que a realização de grandes obras do País depende de verbas do BNDES e
que para chegar a esse dinheiro, ou seja, a liberação do pagamento, as empresas privadas acabam por recorrer aos políticos. Ele alerta que a empresa fica amarrada ao político nesse tipo de esquema, uma prática que resulta no desmonte das empresas.
“O Confea procura defender a continuidade e a preservação das empresas e dos quadros técnicos sérios. Quando você deixa que uma empresa se desfaça não tem como montar novamente. O Sistema Confea/Crea vai começar a tomar atitudes com relação ao possível envolvimento de técnicos nessa corrupção. O Confea cobra dos Creas medidas punitivas aos possíveis profissionais envolvidos nesses casos de corrupção que escandaliza todo o Brasil e que causa grandes prejuízos a Engenharia e a economia do País. É preciso punir os administradores, os políticos e, acima de tudo, preservar as empresas que têm a capacidade técnica, têm o conhecimento. Um cenário sem elas seria muito pior para o País, afirma o vice-presidente do Confea, Daniel Antônio Salati.
O presidente do Crea-SE, engenheiro agrônomo Arício Resende reconhece a gravidade da situação e o alcance do prejuízo. “As consequências da corrupção são excessivamente prejudiciais tanto no âmbito social quanto econômico. Seguindo as orientações do Confea, o Crea-SE está atento, e caso haja necessidade adotará providências do ponto de vista ético profissional”, disse ele.
Fiscalização
Outro assunto em pauta foi o Plano de Fiscalização do Crea-SE que tem por objetivo estabelecer diretrizes e metas para operacionalização da fiscalização do exercício profissional da Engenharia, Agronomia, Geografia, Geologia e Meteorologia para o período de maio de 2017 a abril de 2018. Foram apresentadas e detalhadas estratégias e investimentos para a melhoria da fiscalização no Estado. “É importante salientar que dentre as diretrizes propostas está à cobertura periódica de ações em todo o estado sergipano. Proposta esta estabelecida com a perspectiva de ampliação do quadro de fiscais, de quatro para dez fiscais, com o advento do concurso público em andamento”, disse o presidente do Crea-SE, engenheiro agrônomo Arício Resende.
XXX Congresso Brasileiro de Agronomia
Aproveitando o encontro, o presidente da Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), Angelo Petto Nego pediu o apoio do Confea para a realização da trigésima edição do Congresso Brasileiro de Agronomia. O evento, considerado o maior da agronomia brasileira traz este ano como tema a “Segurança hídrica: um desafio para os engenheiros agrônomos”. “O tema a ser discutido é atual e de extrema importância para que a agricultura brasileira continue crescendo com sustentabilidade”, ressalta Angelo ao frisar que o Congresso será realizado no período de 12 a 15 de setembro em Fortaleza.